sábado, 29 de novembro de 2014

PB: Prefeituras cortam gastos com servidores e se planejam para pagar salários

Na Paraíba, 93,27% das prefeituras reduziram os gastos com a folha de pessoal, no comparativo entre o período compreendido de janeiro a setembro de 2013 e o mesmo período deste ano. Ao todo, 208 municípios cortaram custos com os servidores para tentar 'enxugar' a folha e não serem responsabilizados no Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB).

João Pessoa conseguiu reduzir de R$ 475,87 milhões para R$ 372,48 milhões, uma redução de R$ 103,39 milhões em um ano. A prefeitura de Bayeux reduziu em R$ 18 milhões os gastos com servidores. Já Cabedelo, enxugou em R$ 15,5 milhões, seguido por Patos, que eliminou R$ 11,5 milhões com a folha de pagamento, Santa Rita com R$ 7 milhões e as prefeituras de Queimadas, Lagoa Seca e Mamanguape, economizaram R$ 5 milhões cada.

Já as prefeituras de Areia, Caaporã, Alagoa Grande, Guarabira, Pedras de Fogo e São Bento reduziram em torno de R$ 4 milhões a folha de pessoal, no comparativo entre os dois períodos. Nos municípios que houve aumento nos gastos, os gestores atribuem o crescimento aos reajustes salariais e contratação de concursados.

O presidente da Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup), José Antônio Vasconcelos da Costa (Tota Guedes), explicou que o grande problema é que, no município, o limite de comprometimento com o pagamento a funcionários não pode ultrapassar 60% da Receita Corrente Líquida (RCL), sendo que 54% são destinados à folha da prefeitura e 6% para a Câmara Municipal. “Os prefeitos têm que ter muita responsabilidade por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para não terem as contas desaprovadas”, explicou.

Caso as prefeituras ultrapasse o valor estabelecido na lei, cabe ao gestor tomar providências e reduzir em pelo menos 20% as despesas com cargos comissionados e funções de confiança com exoneração de servidores contratados e não estáveis. Se necessário ainda, a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos vencimentos à nova carga horária.

Tota Guedes recomenda que a cada três meses os contadores das prefeituras analisem os limites com os gastos, tanto com pessoal, como com educação e saúde. “Com base nisso acabam sendo feito ajustes. E como sabemos que muitos estão com dificuldades financeiras, eles acabam tendo que cortar a folha. Até porque inchar uma folha nunca é bom”, disse.

Se, nestes oito meses, os gestores não se enquadrarem nas normas exigentes, poderá ser penalizados de acordo com as sanções previstas em lei, como receber multa de 30% do seu subsídio anual. Além disso, o município deixa de receber transferências voluntárias da União, afetando o desenvolvimento dos programas voltados ao cidadão, que acabará sendo o maior prejudicado.

VITRINE DO CARIRI
JP Online

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