terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Denúncia: Policiais Militares são transferidos e exigem explicações por desconfiarem de tráfico de influência

Fomos informados na noite da última sexta feira (06/01/2012) de que O 3° Sargento Nataniel Lucena Franco e o Cabo de Polícia Militar João Batista, ambos lotados na 2ª Cia de Polícia da Comarca de Teixeira – PB foram transferidos para Teixeira e Mãe D’Água, respectivamente. Segundo Nataniel, a notícia pegou os militares de surpresa e causou indignação e revolta na população que aprova o trabalho da corporação no município.
“Infelizmente algumas pessoas autoritárias, principalmente de cidades pequenas, estão mal acostumadas e quando a polícia realiza o seu trabalho de rotina e identifica algo que está em desacordo com a lei e procede corretamente aparece alguém para querer desmandar ou atrapalhar”, revelou o sargento.
Nataniel estava de férias e ao retornar as suasatividades foi comunicado por meio de seu superior, Comandante Lima Filho da sua transferência para trabalhar na 2ª Cia de Polícia Militar, com sede na cidade de Teixeira, interior do estado. Apesar das explicações repassadas pelo capitão, Nataniel disse não entender o porquê das transferências e suspeita de tráfico de influência, já que tanto ele, quanto João Batista, foram mal interpretados após realizarem o trabalho de rotina.
Em dezembro de 2011, o cabo da polícia realizou a apreensão de uma espingarda calibre 36 com algumas munições e juntamente com o soldado Gabriel conduziram a arma e o acusado por porte ilegal de arma de fogo para a Delegacia de Polícia. Na ocasião receberam a visita do ex-prefeito Geral Paulino e um de seus filhos, Genilson Terto e de outras pessoas ligadas ao grupo, segundo Nataniel, João Batista informou por meio de uma ligação telefônica que os referido visitantes pediram insistentemente para que as autoridades policiais liberassem a arma e o acusado, o que não foi feito.
Passando alguns dias, o Sargento Nataniel realizou uma abordagem em veículos e em algumas pessoas em atitude suspeita que bebiam e ouviam músicas com o volume do som alto, fora de hora. O filho mais velho do ex-prefeito (LÉO), estava junto e ao ser abordado reprovou a ação policial.
“A partir desses dois episódios, Genilson Terto esteve na delegacia a procura da minha matrícula, que é identidade funcional do funcionário público e dias depois eu e João Batista, concidentemente, fomos surpreendidos com a notícia que havíamos sido transferidos sem justificativa. Essa medida cabe uma sindicância para se apurar o que realmente aconteceu”, revelou Nataniel.
O Sargento que trabalha a 18 anos em Cacimbas, disse que acatou as ordens do seu superior e que está pronto para servir a corporação no que for preciso, mas quer uma explicação convincente por parte do governador Ricardo Coutinho e do Secretário de Segurança e o Coronel Almeida que defendem a despartidarização da Polícia do Estado da Paraíba para que as corporações possam trabalhem de forma integrada e satisfatória a sociedade.
Pessoas da cidade de Cacimbas se sentiram impressionadas com o fato. O Prefeito Nilton de Almeida, a Câmara de Vereadores e outras representatividades se mostram solidárias a causa. Nossa equipe tentou contato com o cabo de polícia João Batista, mas não conseguimos já as partes citadas nas pessoas do ex-prefeito Geraldo Paulino e seus filhos Genilson e Léo, estes não quiseram gravar, mas se dizem inocentes e que em outro momento irão se pronunciarem quanto ao assunto.
Procuramos o Capitão Lima Filho para falar sobre o assunto, ele disse que transferiu o cabo João Batista por ter recebido ordens de seu superior o Capitão Almeida, quanto o Sargento Nataniel sua transferência para a companhia se deu mediante as necessidades da instituição o que é natural em qualquer órgão.
“Toda e qualquer instituição tem suas normas e hierarquia e os funcionários tem que se adequar, é tanto que hoje estou trabalhando hoje aqui porque fui transferido”, disse o Capitão.
Lima filho falou ainda que a transferência do Cabo João não tem nada haver com as abordagens que ele realizou,pois o próprio Capitão julgou a atitude louvável e digna de elogio de toda a corporação.


Confira o depoimento do Sargento Nataniel na íntegra:
- Boa Noite Olavo, boa Noite ouvintes. Eu estou aqui na cidade á visita, como você já disse, estou aqui há muitos anos, já tenho família constituída e estou sendo pego de surpresa, mas já procurei o Comandante Capitão Lima Filho da 2ª Cia e a explicação que obtive foi que ele precisava dos meus serviços na Cia, uma vez que estava tendo alguns problemas, pelo serviço prestado que eu tenho feito pela polícia, eu poderia responder a altura do que ele estava precisando. A partir daí eu aceitei, é meu superior e o Comandante, assumi o serviço e falei pra ele que estava disposto a fazer minha parte como Policial Militar.
Chegando á Cacimbas, minha cidade, eu obtive algumas informações, que baseado em um serviço de rotina, onde eu fui fazer algumas abordagens, questão de som abusivo, veículos suspeitos, havia entre as pessoas do Bar já fora de hora, o candidato a Prefeito nas próximas eleições da cidade (Léo). E como eu não tenho o hábito de diferenciar e fazer o serviço usando o peso e duas medidas, da maneira que eu trato um bebinho que tá caído lá no chão eu trato uma autoridade desde que esteja em situação que não condiz com as leis que regem nosso país.
Foi feito o visto nesse bar, não foi encontrado nenhuma arma, o som que estava abusivo e foi abaixado e desligado pelo dono. Vistoriamos outros veículos, inclusive do candidato às próximas eleições (Léo) e a partir daí começou uma indignação por parte dessas pessoas, achando que era uma afronta, um desrespeito pela condição de ser candidato a Prefeito, o que eu não entendi bem a posição deles. Achei que serviço norma, um serviço de rotina, foi informado ao comandante que fizemos dessa forma e ele achou que não tinha nada de errado e que eu tinha autoridade pra isso.
O Cabo João Batista em seu trabalho de rotina apreendeu uma espingarda, arma de fogo, ele fez o que manda as obrigações no estrito cumprimento do dever legal, o que deu uma repercussão negativa, segundo João Batista que me comunicou enquanto Comandante do Destacamento para me manter informado e oriento meus comandados a prosseguir de maneira correta quando tem dúvida. Ele (João) me informou que recebeu a visita do ex-prefeito Geraldo Paulino, Genilson filho do ex-prefeito e mais algumas autoridades ligadas ao partido do candidato a prefeito, como forma de impressionar a desmanchar o que havia sido feito, liberar a arma e soltar a pessoa acusada de porte ilegal de arma de fogo. Nesse momento o cabo João Batista procedeu de forma correta, ligando para o Comandante e foi orientado a não ceder com a pressão e cumprir com suas obrigações.
Dessa forma, tive conhecimento que a partir desses dois episódios, eu e João, por coincidência fomos transferidos porque cumprimos com o dever policial. Entrei de férias e inexplicavelmente, quando me apresentei já estava escalado para trabalhar na Cia, na sede procurei explicações do meu Superior Comandante, como já disse – Ele me deu explicações satisfatórias e o cabo João Batista não sei dizer o que houve com ele, só sei que ele foi transferido para cidade de Mãe D’Água, o que nos deixou indignados com essa situação, onde a polícia faz o trabalho, faz o que o secretário reza que é oferecer segurança pública, enquanto pessoas autoritárias do município que se sentem prejudicadas fazem uso do tráfico de influencia. Pelo o que colhi aqui na cidade trata-se de tráfico de influencia e consequentemente se houver uma sindicância para apurar os fatos pode caracterizar formação de quadrilha, por se tratar de várias pessoas daqui que não tem autoridade para dar ordens, manipular e intervir no trabalho da polícia, nem mandar transferir ou deixar de transferir, fazendo com que a policia proceda da maneira que não é correto.
Se tem alguma autoridade por trás disso eu não sei dizer, eu não tenho conhecimento do fato, sei que aconteceu dessa forma para nossa surpresa e quero outras explicações. Vou procurar o Coronel Almeida, conheço ele do tempo de tenente, desde quando era aspirante, ele não é compatível com esse tipo de conduta, vou levar o fato ao conhecimento das autoridades e esperar o que eles dizem a respeito do ocorrido, para dar uma explicação á sociedade que me procura insatisfeita com esse acontecimento..
Eu acho que nossas transferências se deve a esses fatos que houveram que é serviço de polícia e desagradar alguém. Infelizmente as pessoas principalmente de cidades pequenas estão mal acostumadas da polícia fazer um trabalho e alguém ir lá querer desmanchar.
Só que nosso Governador Ricardo Coutinho e o Secretário de Segurança Pública do estado, deixaram claro que vão despartidarizar a segurança no estado da Paraíba para evitar que algo dessa natureza ocorra. Vou procurar o Comandante, vou ao secretário de Segurança Pública e informar o que está acontecendo, porque as autoridades pregam uma coisa e na prática é outra.
Até o presente momento as explicações não foram satisfatórias. Nos últimos dias, os policiais me informaram que o filho do ex-prefeito, o Genilson fez algumas visitas na Delegacia e procurou minha matrícula, eu não autorizei que eles repassem e disse que eu apresentava pessoalmente. Ainda não tive a oportunidade, mas não entendi o porquê do interesse dele, porque a matrícula é a identidade funcional do funcionário público do estado. Com essa conduta, junta com as duas situações que ocorreram, à gente chega à conclusão que há intenção de nossas transferências como de fato ocorreu. Vou procurar esse pessoal e o ex-prefeito para que possam me dar explicações. E quando tiver uma posição eu venho em público dar uma satisfação á comunidade através das pessoas de bem que estão cobrando uma reposta, isso prova que gostam do meu trabalho e não é á toa que já estou aqui há 18 anos.

Por: Olavo Silva da Rádio 104FM de Cacimbas, PB.

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