O
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa hoje (13) 22 anos. A lei
prevê uma série de direitos e deveres de crianças e adolescentes, pais,
conselheiros tutelares, juízes, médicos, entre outros. Estabelece, por exemplo,
o direito à saúde, à educação, à convivência familiar, além de questões
relacionadas às políticas de atendimento, às medidas de proteção e
socioeducativas.
Bárbara
Antônia Arcoverde, 9 anos, aprendeu sobre o ECA em uma cartilha do Menino
Maluquinho, que trata de direitos humanos para o público infantojuvenil. “Eu
achei [a cartilha] lá em casa e resolvi ler. O ECA inclui as leis que protegem
as crianças e os adolescentes. Eu sei que [os adultos] não podem bater, a gente
não pode trabalhar e tem de estudar”.
À
pergunta sobre o que deveria ocorrer com quem maltrata as crianças e os
adolescentes no país, a menina respondeu que deve haver punição severa. “Deviam
prender quem faz isso. Os adultos deviam ter melhor coração. Há muito caso ruim
que aparece na TV”. De acordo com Bárbara, a escola também estimula o debate
sobre o estatuto com textos em sala de aula.
Em
2007, foi sancionado o projeto de lei que determina a inclusão do ECA nos
currículos escolares do ensino fundamental. Pelo projeto, não é necessário
criar uma disciplina, mas os professores precisam desenvolver os conteúdos do
estatuto em sala de aula. No entanto, essa lei não é respeitada por todas as
escolas.
De
acordo com Gabriel Geovani de Melo Silva, 14 anos, o ECA não é muito discutido
em sala de aula, pois a escola na qual estuda não dá muita atenção à lei. “Eu
não conheço muito o estatuto. O que sei, aprendi sozinho. Sei que dá o direito
de viver, de ter alimentação adequada, ter os pais para cuidar e também impede
o trabalho infantil”.
Para
a educadora Teresa Santana, é importante que as crianças e os adolescentes
saibam seus direitos e suas responsabilidades, uma vez que a sociedade ainda
está muito desinformada e as crianças são vítimas de violência cotidianamente.
“A TV ajuda a informar, mas tudo que é feito com abuso acaba atrapalhando. É
preciso ter campanhas veiculadas, já que é o meio mais visto”.
Ela
acredita que não é necessário ter uma matéria específica sobre o ECA, mas as
coordenações pedagógicas poderiam tratar do assunto por meio de palestras e
outras atividades. “As disciplinas também deveriam tratar disso, seja por meio
de trabalhos, pesquisas, redações, pois o assunto é interdisciplinar”.
agenciabrasil.ebc.com
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