Auditorias realizadas pelo
Ministério da Saúde encontraram indícios de fraude em 40% das solicitações de
medicamentos no Programa Farmácia Popular. A informação foi confirmada pelo
ministério ao Portal Correio. As fraudes exigiram que o programa fizesse
alterações nos sistemas para reverter o problema, que afetava quem dependia de
medicamentos para doenças raras.
Segundo o ministério, quase
que a totalidade das fraudes ocorria com medicamentos voltados a doenças raras,
como osteoporose abaixo dos 40 anos, hipertensão abaixo dos 20 e colesterol
alto abaixo dos 35 anos.
“Desta forma, foram feitas
restrições no sistema para maior controle, levando em conta os parâmetros
definidos pelos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas do Ministério da
Saúde. As mudanças não impactam na assistência a esses casos raros [quando
comprovados”, afirmou o Ministério da Saúde.
Ainda segundo o ministério,
pacientes que se enquadram nessas faixas etárias de restrição, poderão ter
acesso a seus medicamentos e assistência médica adequada nas unidades do SUS.
"As restrições no sistema foram implantadas para maior controle dos
medicamentos e levando em conta os parâmetros definidos pelos protocolos
clínicos e diretrizes terapêuticas do Ministério da Saúde", informou o
Ministério da Saúde.
O ministério também
confirmou que os novos critérios para liberação dos medicamentos são: validação
do status do CNPJ das farmácias credenciadas junto à base da Receita federal;
validação das informações com base no cartão nacional de saúde e critérios de
idade para venda de medicamentos por patologias, Dislipidemia (colesterol
alto), idade igual ou maior a 35 anos; Osteoporose, igual ou maior a 40 anos;
Mal de Parkinson, igual ou maior a 50 anos; Hipertensão, igual ou maior a 20
anos; Contraceptivos, igual ou maior a 10 anos e menor que 60 anos.
Como
foi criado o programa e como deveria funcionar
Desde a criação do programa
o Aqui Tem Farmácia Popular já atendeu mais de 39 milhões de brasileiros, o
equivalente a cerca de 20% da população do país. A iniciativa, criada pelo
Ministério da Saúde para ampliar o acesso a medicamentos no país, já está presente
em 80% dos municípios brasileiros, contando com 34.616 de farmácias conveniadas
– cerca de 50% das existentes no país. Ao todo, são disponibilizados 25
produtos, sendo que 14 deles gratuitamente e o restante com descontos que
chegam a 90%. O governo federal já investiu R$ 12,3 bilhões para ampliação do
Programa e na oferta dos medicamentos.
Em média, por mês, o
programa beneficia 9,8 milhões de pessoas, principalmente aquelas com 60 anos
ou mais, que representam cinco milhões do total. A maior parte dos pacientes
atendidos (9 milhões) acessa medicamentos de forma gratuita e os mais
dispensados são para tratamento de hipertensão, 7,2 milhões, e diabetes, 3
milhões.
O Governo Federal investiu
nos últimos dez anos R$ 12,3 bilhões para ampliar o Programa, saltando de um
orçamento de R$ 34,7 milhões, em 2006, para R$ 2,8 bilhões em 2016. Para
retirar os medicamentos, o cidadão deve apresentar o documento de identidade,
CPF e receita médica dentro do prazo de validade, que em fevereiro deste ano
foi ampliada para 180 dias. A receita médica pode ser emitida tanto por um
profissional da rede pública quanto por médico que atendem em hospitais ou
clínicas privadas.
Portal
Correio com Halan Azevedo
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