O Ministério Público Federal
no Rio de Janeiro (MPF/RJ) nesta sexta (23) o ex-diretor regional dos Correios,
Omar de Assis Moreira, e a filha dele Juliana de Almeida Moreira, por fraudes
no plano de saúde da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). De
acordo com o MPF/RJ, o caso é parte de um esquema criminoso operado entre
agosto de 2011 e abril de 2013 na Gerência de Saúde da ECT do Rio de Janeiro.
As investigações apontam que
houve um desvio superior a R$ 7 milhões no esquema, desarticulado pela Operação
Titanium conduzida pela ECT e pela Polícia Federal, em 2013. “As investigações
revelaram um grande esquema de corrupção na Gerência de Saúde dos Correios no
Rio, tendo atingido a própria diretoria da empresa”, disse o autor da denúncia,
o procurador da República Sérgio Pinel.
Conforme o MPF/RJ, Omar
Moreira, com participação de Daniel de Melo Nunes, também denunciado, solicitou
vantagem indevida na contratação de Juliana por uma revendedora de material
cirúrgico. A contrapartida, era feita pelos envolvidos, que colaboraram com o
desvio de R$ 110 mil do plano de saúde dos Correios para cobrir pagamento de
materiais cirúrgicos superfaturados da empresa hospitalar.
O MPF informou ainda que,
depois da contratação de filha de Omar pela revendedora, o ex-diretor
encaminhou o credenciamento imediato da empresa hospitalar ao plano de saúde da
companhia. Além disso, atuou para agilizar o pagamento de cirurgias custeadas
pelo plano.
As investigações indicaram,
também, superfaturamento de 900% no preço do material fornecido pela empresa e
utilizado em cirurgia. Em um dos casos, a empresa comprou material cirúrgico
por R$ 3,6 mil e os revendeu por R$ 36,5 mil. Segundo o MPF, Juliana foi
beneficiada porque parte dos valores desviados dos Correios em benefício da
empresa foi destinada a ela, uma vez que os vendedores de material recebiam
comissão de 5%. Outros 20% dos valores eram destinados ao ex-diretor.
Ainda no âmbito da Operação
Titanium, a Justiça Federal condenou, na terça-feira (20) o administrador Luís
Henrique Barcelos a 11 anos, um mês e 22 dias de reclusão por peculato e
lavagem de dinheiro. Ele terá também que fazer o ressarcimento de R$ 840 mil
pelos danos causados à ECT pelos crimes de peculato e lavagem de ativos.
Na mesma sentença, foi
condenado por lavagem de dinheiro o ex-gerente dos Correios Marcos da Silva
Esteves, com pena de três anos, dez meses e 15 dias de reclusão. Essa não foi a
primeira condenação de Esteves, que em fevereiro do ano passado já havia sido
condenado, por peculato, a 14 anos, 9 meses e 27 dias de reclusão, em regime
inicial fechado, bem como ao pagamento de multa e ressarcimento do valor
subtraído.
As investigações indicaram
que, no caso de Luís Henrique, os desvios de recursos da estatal teriam sido
cometidos por meio de pagamentos ilícitos para beneficiar o Hospital Prontocor,
integrante da rede credenciada do plano de saúde. Os pagamentos foram por meio
de três notas fiscais, com datas de junho de 2011, setembro de 2011 e fevereiro
de 2012, que teriam totalizado cerca de R$ 840 mil.
O condenado emitiu ainda
notas fraudulentas que sabia não corresponder a serviços prestados, além de ter
prometido vantagens indevidas ao então gerente dos Correios Marcos da Silva. As
partes ainda podem recorrer da sentença.
Por
Agência Brasil
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