terça-feira, 9 de abril de 2013

Caso Fernanda Ellen: vizinho matou estudante e depois foi consolar a família, revela policial militar



O assassino confesso, Jeferson Luiz de Oliveira (25) disse à polícia que estrangulou a estudante Fernanda Ellen de 11 anos, depois que ela se recusou a lhe dar R$ 20 reais para comprar pedras de crack.

Segundo relatos do acusado, ele resolveu matá-la para ficar com o aparelho celular, vendê-lo e trocá-lo pela droga e nega que tenha cometido qualquer tipo de estupro, apesar disso, a polícia não descarta essa hipótese e aguarda o resultado da perícia médica do Instituto de Polícia Científica (IPC), que deve sair em até 10 dias.

Depois de estrangular a criança, ele teria colocado o corpo de Fernanda embaixo da cama de casal onde dormia e só o enterrou no quintal na madrugada do dia seguinte.

Estes foram os detalhes mais chocantes do crime relatados na entrevista coletiva concedida pelo delegado adjunto do Grupo de Operações Especiais da Polícia Civil (Goe), Aldrovilli Grisi, junto com o secretário de Estado da Segurança e da Defesa Social, Cláudio Lima e o comandante geral da Polícia Militar da Paraíba, coronel Euller Chaves, na Escola de Serviço Público do Estado da Paraíba (Espepe), em Mangabeira, zona Sul da Capital, na manhã desta terça-feira (9).

As autoridades informam que ele está à disposição da secretaria estadual de saúde porque ainda será ouvido sobre outros crimes que tenha cometido no passado, como um provável estupro contra uma estudante universitária, em 2010. Jeferson Luiz morava há três anos no endereço onde cometeu o crime, no Alto do Mateus, zona Oeste de João Pessoa, e é pai de duas filhas, uma de 3 outra de 8 anos.

Fim do mistério



Três meses e um dia depois do desaparecimento da estudante Fernanda Ellen (11), a Polícia anunciou que conseguiu desvendar o caso. O desfecho foi surpreendente. Segundo as autoridades, Jeferson Luiz de Oliveira (25) está preso e confessou o crime.

De acordo com o delegado adjunto do Grupo de Operações Táticas na Paraíba (GOE), Aldrovilli Grisi, a polícia chegou ao principal suspeito após a prisão de uma garota de programa. Em março, as autoridades conseguiram rastrear e encontrar o telefone de Fernanda Ellen com a garota que confessou ter trocado o aparelho por pedras de crack na rua da Areia (centro da Capital, numa área onde ficam casas de prostituição). Na época, ela fez um retrato falado do suspeito.

Aldrovilli revelou que a prostituta não é traficante, não fez sexo com o acusado e agora está recebendo apoio da Secretaria Estadual de Saúde para tratamento contra o vício, por ser considerada apenas como usuária de entorpecentes.

O acusado se fez de amigo da família

Familiares da estudante Fernanda Ellen e um policial militar se pronunciaram na manhã desta terça-feira (9), sobre a morte da garota e revelaram que o acusado pelo crime Jeferson Luiz de Oliveira, 25 anos, esteve no mesmo dia do desaparecimento na casa de família da estudante para consolar e "saber" o que estava ocorrendo.

Conforme o caminhoneiro Fábio Júnior, que é pai da garota, o acusado se juntou ao mutirão organizado pelos amigos e a família na tentativa de encontrar a estudante com vida. “Ele foi panfletar nas ruas conosco e ainda participou de um culto que fizemos. Jamais pensávamos que ele seria capaz de fazer essa atrocidade”.

O caso

Fernanda Ellen despareceu no dia 7 de janeiro. Ela retornava da escola a poucos metros de sua casa, repetindo um trajeto dirário que fazia a pé. A estudante tinha ido ao colégio pegar suas notas finais do ano passado.

Várias frentes de investigação foram levadas em  consideração. Na semana passada, a CPI do Tráfico de Pessoas da Câmara Federal esteve em João Pessoa. Os familiares chegaram a pedir o ingresso da Polícia Federal no caso. O deputado federal paraibano Major Fábio (DEM), integrante da CPI, declarou que não descartava que Fernanda Ellen teria sido vítima do tráfico de pessoas.

No entanto, a Polícia Civil e a Polícia Militar atuavam em outra vertente. Já tinha em mãos o celular encontrado com a garota de programa, que estava detida para averiguações. A partir de um retrato falado feito com as descrições da prostituta, que atuava na Rua da Areia, cidade baixa de João Pessoa, os familiares confirmaram as semelhanças com a foto de Jeferson Luiz.

Por volta das 17h30 da última segunda-feira (8), a garota de programa foi até o bairro Alto do Mateus e reconheceu o suspeito como responsável por tê-la entregado o aparelho celular da vítima desaparecida.

Após abordagem da Polícia Civil, o homem ainda tentou fugir pulando o muro, mas foi perseguido até ser detido pelos policiais. Já preso, confessou que matou Fernanda Ellen no mesmo dia em que a estudante desapareceu e teria enterrado o corpo no dia seguinte.

A notícia da prisão de Jeferson Luiz se espalhou pelo bairro do Alto do Mateus. Cerca de mil pessoas foram para frente da casa do suspeito e ameçaram linchá-lo e depedrar a casa dele. A rua foi interditada com a chegada de reforço policial; o próprio suspeito indicou o local onde teria enterrado a menina.

Peritos do Instituto de Polícia Científica (IPC) foram chamados à residência; escavaram e encontraram um corpo em avançado estado de decomposição. O comandante da Polícia Militar, Euller Chaves, disse não ter dúvidas de que trata-se de Fernanda Ellen, pelas características inciais do corpo e pela confissão do vizinho da estudante.

O IPC fará exame de DNA nos restos mortais.

Mobilizações

Familiares e amigos realizaram na noite da última sexta-feira (5), um protesto por respostas do desaparecimento de Fernanda Ellen e pelo fim da violência. O grupo percorreu a orla marítima de Tambaú à Cabo Branco, em João Pessoa. No mesmo dia, ocorreu a audiência para discutir o caso na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas na Assembleia Legislativa, na Capital.

Créditos: internet /Aguinaldo Mota
E portal Correio

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