O assassino confesso, Jeferson Luiz de Oliveira (25)
disse à polícia que estrangulou a estudante Fernanda Ellen de 11 anos, depois
que ela se recusou a lhe dar R$ 20 reais para comprar pedras de crack.
Segundo relatos do acusado, ele resolveu matá-la para
ficar com o aparelho celular, vendê-lo e trocá-lo pela droga e nega que tenha
cometido qualquer tipo de estupro, apesar disso, a polícia não descarta essa
hipótese e aguarda o resultado da perícia médica do Instituto de Polícia
Científica (IPC), que deve sair em até 10 dias.
Depois de estrangular a criança, ele teria colocado o
corpo de Fernanda embaixo da cama de casal onde dormia e só o enterrou no
quintal na madrugada do dia seguinte.
Estes foram os detalhes mais chocantes do crime relatados
na entrevista coletiva concedida pelo delegado adjunto do Grupo de Operações
Especiais da Polícia Civil (Goe), Aldrovilli Grisi, junto com o secretário de
Estado da Segurança e da Defesa Social, Cláudio Lima e o comandante geral da
Polícia Militar da Paraíba, coronel Euller Chaves, na Escola de Serviço Público
do Estado da Paraíba (Espepe), em Mangabeira, zona Sul da Capital, na manhã
desta terça-feira (9).
As autoridades informam que ele está à disposição da
secretaria estadual de saúde porque ainda será ouvido sobre outros crimes que
tenha cometido no passado, como um provável estupro contra uma estudante
universitária, em 2010. Jeferson Luiz morava há três anos no endereço onde
cometeu o crime, no Alto do Mateus, zona Oeste de João Pessoa, e é pai de duas
filhas, uma de 3 outra de 8 anos.
Fim
do mistério
Três meses e um dia depois do desaparecimento da
estudante Fernanda Ellen (11), a Polícia anunciou que conseguiu desvendar o
caso. O desfecho foi surpreendente. Segundo as autoridades, Jeferson Luiz de
Oliveira (25) está preso e confessou o crime.
De acordo com o delegado adjunto do Grupo de Operações
Táticas na Paraíba (GOE), Aldrovilli Grisi, a polícia chegou ao principal
suspeito após a prisão de uma garota de programa. Em março, as autoridades
conseguiram rastrear e encontrar o telefone de Fernanda Ellen com a garota que
confessou ter trocado o aparelho por pedras de crack na rua da Areia (centro da
Capital, numa área onde ficam casas de prostituição). Na época, ela fez um
retrato falado do suspeito.
Aldrovilli revelou que a prostituta não é traficante, não
fez sexo com o acusado e agora está recebendo apoio da Secretaria Estadual de
Saúde para tratamento contra o vício, por ser considerada apenas como usuária
de entorpecentes.
O
acusado se fez de amigo da família
Familiares da estudante Fernanda Ellen e um policial
militar se pronunciaram na manhã desta terça-feira (9), sobre a morte da garota
e revelaram que o acusado pelo crime Jeferson Luiz de Oliveira, 25 anos, esteve
no mesmo dia do desaparecimento na casa de família da estudante para consolar e
"saber" o que estava ocorrendo.
Conforme o caminhoneiro Fábio Júnior, que é pai da
garota, o acusado se juntou ao mutirão organizado pelos amigos e a família na
tentativa de encontrar a estudante com vida. “Ele foi panfletar nas ruas
conosco e ainda participou de um culto que fizemos. Jamais pensávamos que ele
seria capaz de fazer essa atrocidade”.
O
caso
Fernanda Ellen despareceu no dia 7 de janeiro. Ela
retornava da escola a poucos metros de sua casa, repetindo um trajeto dirário
que fazia a pé. A estudante tinha ido ao colégio pegar suas notas finais do ano
passado.
Várias frentes de investigação foram levadas em consideração. Na semana passada, a CPI do
Tráfico de Pessoas da Câmara Federal esteve em João Pessoa. Os familiares
chegaram a pedir o ingresso da Polícia Federal no caso. O deputado federal
paraibano Major Fábio (DEM), integrante da CPI, declarou que não descartava que
Fernanda Ellen teria sido vítima do tráfico de pessoas.
No entanto, a Polícia Civil e a Polícia Militar atuavam
em outra vertente. Já tinha em mãos o celular encontrado com a garota de
programa, que estava detida para averiguações. A partir de um retrato falado
feito com as descrições da prostituta, que atuava na Rua da Areia, cidade baixa
de João Pessoa, os familiares confirmaram as semelhanças com a foto de Jeferson
Luiz.
Por volta das 17h30 da última segunda-feira (8), a garota
de programa foi até o bairro Alto do Mateus e reconheceu o suspeito como
responsável por tê-la entregado o aparelho celular da vítima desaparecida.
Após abordagem da Polícia Civil, o homem ainda tentou
fugir pulando o muro, mas foi perseguido até ser detido pelos policiais. Já
preso, confessou que matou Fernanda Ellen no mesmo dia em que a estudante
desapareceu e teria enterrado o corpo no dia seguinte.
A notícia da prisão de Jeferson Luiz se espalhou pelo
bairro do Alto do Mateus. Cerca de mil pessoas foram para frente da casa do
suspeito e ameçaram linchá-lo e depedrar a casa dele. A rua foi interditada com
a chegada de reforço policial; o próprio suspeito indicou o local onde teria
enterrado a menina.
Peritos do Instituto de Polícia Científica (IPC) foram
chamados à residência; escavaram e encontraram um corpo em avançado estado de
decomposição. O comandante da Polícia Militar, Euller Chaves, disse não ter
dúvidas de que trata-se de Fernanda Ellen, pelas características inciais do
corpo e pela confissão do vizinho da estudante.
O IPC fará exame de DNA nos restos mortais.
Mobilizações
Familiares e amigos realizaram na noite da última
sexta-feira (5), um protesto por respostas do desaparecimento de Fernanda Ellen
e pelo fim da violência. O grupo percorreu a orla marítima de Tambaú à Cabo
Branco, em João Pessoa. No mesmo dia, ocorreu a audiência para discutir o caso
na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas na Assembleia
Legislativa, na Capital.
Créditos:
internet /Aguinaldo Mota
E portal
Correio
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