Bombas de insulina podem ser
mais eficazes no controle da glicose em pessoas com diabetes tipo 2 do que
múltiplas injeções diárias de insulina. É o que diz uma pesquisa publicada na
quarta-feira no periódico The Lancet. O diabetes tipo 2 é normalmente controlado
por remédios orais e dieta. Em estágios avançados, o paciente pode precisar da
terapia com insulina para equilibrar o nível de açúcar no sangue.
O método mais comum é a
injeção, administrada diversas vezes ao longo do dia pelo próprio paciente. Já as
bombas são aparelhos acoplados ao corpo por um cateter colocado sob a pele e
que injetam quantidades constantes de insulina de ação rápida ou curta. Em uma
primeira etapa, os pesquisadores acompanharam 495 pessoas de 30 a 75 anos que
controlaram o diabetes tipo 2 com injeções diárias de insulina.
Após dois meses, os 331
pacientes que tinham a hemoglobina HbA1c - indicadora do controle de açúcar no
sangue - acima da meta estipulada foram aleatoriamente designados a se tratar
com a bomba de insulina ou a continuar com as injeções. Melhor equilíbrio da
glicemia - Ao longo de seis meses, as pessoas que utilizavam a bomba tiveram
uma redução mais significativa dos níveis de açúcar do que aqueles que usaram o
outro tratamento.
A meta da taxa de HbA1c foi
atingida em 55% do grupo da bomba de insulina, ante 28% do grupo da injeção.
Diariamente, os voluntários que usaram o dispositivo tiveram três horas a menos
de hiperglicemia, que é quando o açúcar atinge níveis muito altos no sangue. Já
o tempo na hipoglicemia, caracterizada pela glicemia baixa, foi semelhante nos
dois grupos.
No fim do estudo, a dose
diária de insulina foi 20% menor na terapia com o dispositivo do que com as
injeções. "As bombas aumentam a absorção eficaz da insulina e a
sensibilidade do organismo à substância, graças à constante remessa do
hormônio. Nossos resultados abrem a possibilidade a uma nova opção de
tratamento para os indivíduos que usam as injeções diárias", diz Yves
Reznik, líder do estudo e professor da Universidade de Caen, na França.
Um dos principais fatores de
risco para o diabetes tipo 2 é o acúmulo da gordura visceral, ou seja, a
gordura acumulada na região abdominal que também se concentra no fígado e entre
os intestinos. "Essa gordura obriga o pâncreas a produzir cada vez mais
insulina para que a glicose consiga entrar nas células. Esse excesso estimula
uma série de mudanças no metabolismo, como aumento da pressão arterial e das
taxas de colesterol no sangue", explica Carlos Alberto Machado, diretor da
Sociedade Brasileira de Cardiologia. Portanto, o ganho de peso pode significar
o aumento da gordura visceral e, consequentemente, do risco de diabetes tipo 2.
Fonte
veja
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