Até o momento, pelo menos 56
famílias de diversas localidades estão acampadas no terreno pertencente à Fazenda
Malhada da Onça, próxima a Desterro no sertão da Paraíba. A propriedade pertence
ao Doutor Marcelo Dantas que já esteve no local exigindo a desocupação de suas
terras por parte dos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras-
MST.
A ocupação acontece desde
domingo (20/07), de acordo com os líderes do movimento que pediram para não
serem identificados por medo de represálias, eles garantem que não vão sair de
lá até que as famílias sejam empossadas e recebam por lei 55 hectares de terra
para desempenharem suas atividades, muita barracas já foram construídas no
local e outras pessoas são esperadas para se unir ao grupo.
De acordo com um levantamento
feito pelo MST, o terreno mapeado chega a 1.343 (mil trezentos e quarenta e
três hectares) para ser distribuído entre os acampados. Para ter direito, os
trabalhadores precisam atender alguns critérios, como: ser trabalhador rural, ter
disponibilidade de tempo para trabalhar e produzir na terra conquistada, precisa
está em dias com a justiça, não exercer cargos públicos, não ser aposentado por
invalidez dentre outros.
“O proprietário da Terra
esteve aqui tentando negociar a desocupação do seu terreno, sem êxito, prometeu
recorrer à justiça. Nós trabalhadores rurais estamos acobertados pelo Artigo 181
da reforma agrária, mesmo assim, sofremos diversas formas de violência e muitos
nos confundem com baderneiros e desordeiros, onde na verdade somos cidadãos honestos
que queremos sustentar nossos filhos com dignidade”, disse uma líder do MST.
A comissão reconhece os investimentos
feitos pelo Governo Federal em favor dos trabalhadores rurais, porém, dizem que
ainda são insuficientes para atender a demanda que só na Paraíba chega a quatro
mil famílias acampadas esperando um pedaço de terra para trabalhar com
dignidade e garantir o sustento dos seus filhos, finalizou.
Por:
Olavo Silva
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