Sem ter outra opção,
paraibanos de 192 municípios precisam se deslocar para outras cidades para
obter serviços nas Agências da Previdência Social (APS), ligadas ao Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS). Na prática, a falta de postos de atendimento
da Previdência Social atinge 85,6% dos 223 municípios do Estado. Ou seja, os
postos só existem em 31 cidades do Estado.
Serviços online e pelo
telefone 135, da Central de Atendimento, servem apenas para agendamentos de
consultas, cálculo de contribuição, acompanhamento de processos. Já para dar
entrada em alguns benefícios desde um simples cadastro de senha, auxílio-doença
e aposentadoria necessitam da presença física do usuário. Entre outros
incômodos, esta realidade traz perda de tempo e de dinheiro para a população.
O gerente executivo do INSS
de João Pessoa, José Antônio Coelho Cavalcanti, explica que existem
pré-requisitos para instalação de uma APS e um deles é o número de habitantes. “Só
é possível implantar uma APS em cidades acima de 20 mil habitantes”, enfoca. Mas
para o servente de pedreiro João Manuel da Silva, não é fácil enfrentar esta
carência dos postos de atendimentos.
Morador da cidade de Pilar,
ele viajou 65 km para buscar o serviço do INSS da capital paraibana. O
município tem 11.620 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) e não conta com APS. “Tenho hérnia e fui operado. Preciso do
auxílio-doença porque estou há dois meses sem receber dinheiro”, contou. Esta,
porém, não foi a primeira viagem feita por José Manuel em busca do benefício.
“Já tinha ido na cidade de Itabaiana, mas lá disseram que não tinha vaga. Então
tive que gastar dinheiro de novo e vir para João Pessoa”.
O gerente executivo do INSS
de Campina Grande, Eleumar Meneses Sarmento, é contundente e diz que pela
Central de Atendimento “não se resolve nada”, o uso é basicamente para
agendamentos. O advogado e assessor jurídico da Federação dos Aposentados,
Pensionistas e Idosos da Paraíba, André Castelo Branco, disse que a falta de
unidades do INSS na maioria dos municípios paraibanos torna-se um problema não
só para idosos, mas para outros segmentos da sociedade, como portadores de
necessidades especiais.
Para este público, a maioria
carente, ele caracteriza o deslocamento como uma verdadeira via crúcis. “A
maioria das pessoas que recebe benefício ou assistência da Previdência Social é
carente. E para requerer este serviço em outra cidade às vezes se torna uma via
crúcis. Há o prejuízo de ordem econômica, que é dispendioso, e também outros
incômodos.
Geralmente esta pessoa cuida
de um marido doente, um neto, enfim, deixa seus afazeres para viajar. Só sabe é
quem passa”, enfocou. André Castelo Branco afirmou ainda que quando chega à
agência da Previdência, o atendimento costuma ser demorado, o que causa mais
transtorno ao cidadão. De acordo com ele, por mais que a autarquia tente
agilizar o atendimento com agendamentos o serviço é lento. “Isso porque eles
também contam com pouco pessoal”.
VITRINE
DO CARIRI
JPOnline
Nenhum comentário:
Postar um comentário