domingo, 9 de março de 2014

Atendimento insuficiente: INSS só atende em 31 cidades da Paraíba



Sem ter outra opção, paraibanos de 192 municípios precisam se deslocar para outras cidades para obter serviços nas Agências da Previdência Social (APS), ligadas ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Na prática, a falta de postos de atendimento da Previdência Social atinge 85,6% dos 223 municípios do Estado. Ou seja, os postos só existem em 31 cidades do Estado.

Serviços online e pelo telefone 135, da Central de Atendimento, servem apenas para agendamentos de consultas, cálculo de contribuição, acompanhamento de processos. Já para dar entrada em alguns benefícios desde um simples cadastro de senha, auxílio-doença e aposentadoria necessitam da presença física do usuário. Entre outros incômodos, esta realidade traz perda de tempo e de dinheiro para a população.

O gerente executivo do INSS de João Pessoa, José Antônio Coelho Cavalcanti, explica que existem pré-requisitos para instalação de uma APS e um deles é o número de habitantes. “Só é possível implantar uma APS em cidades acima de 20 mil habitantes”, enfoca. Mas para o servente de pedreiro João Manuel da Silva, não é fácil enfrentar esta carência dos postos de atendimentos.

Morador da cidade de Pilar, ele viajou 65 km para buscar o serviço do INSS da capital paraibana. O município tem 11.620 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e não conta com APS. “Tenho hérnia e fui operado. Preciso do auxílio-doença porque estou há dois meses sem receber dinheiro”, contou. Esta, porém, não foi a primeira viagem feita por José Manuel em busca do benefício. “Já tinha ido na cidade de Itabaiana, mas lá disseram que não tinha vaga. Então tive que gastar dinheiro de novo e vir para João Pessoa”.

O gerente executivo do INSS de Campina Grande, Eleumar Meneses Sarmento, é contundente e diz que pela Central de Atendimento “não se resolve nada”, o uso é basicamente para agendamentos. O advogado e assessor jurídico da Federação dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Paraíba, André Castelo Branco, disse que a falta de unidades do INSS na maioria dos municípios paraibanos torna-se um problema não só para idosos, mas para outros segmentos da sociedade, como portadores de necessidades especiais.

Para este público, a maioria carente, ele caracteriza o deslocamento como uma verdadeira via crúcis. “A maioria das pessoas que recebe benefício ou assistência da Previdência Social é carente. E para requerer este serviço em outra cidade às vezes se torna uma via crúcis. Há o prejuízo de ordem econômica, que é dispendioso, e também outros incômodos.

Geralmente esta pessoa cuida de um marido doente, um neto, enfim, deixa seus afazeres para viajar. Só sabe é quem passa”, enfocou. André Castelo Branco afirmou ainda que quando chega à agência da Previdência, o atendimento costuma ser demorado, o que causa mais transtorno ao cidadão. De acordo com ele, por mais que a autarquia tente agilizar o atendimento com agendamentos o serviço é lento. “Isso porque eles também contam com pouco pessoal”.

VITRINE DO CARIRI
JPOnline


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