A atividade agroecológica
está em alta na Paraíba. Em um ano, o estado aumentou em 59% a produção de
alimentos sem agrotóxicos e movimentou cerca de R$ 564 mil. Os dados são do
Programa de Agroecologia Integrada e Sustentável (Pais), do SEBRAE-PB.
Conforme o levantamento, os
agricultores conseguiram, no ano passado, ampliar as vendas em quase 60%, em
comparação com 2014. Em 2015, foram arrecadados R$ 564 mil, enquanto no ano
anterior as vendas renderam R$ 338 mil. O aumento das vendas impulsionou a
produção geral que saltou de 81,8 toneladas para 118,8 toneladas em 2015.
As vendas de hortaliças,
como a alface, coentro e couve, foram os grandes responsáveis pelo aumento do
faturamento dos produtores. Para a gestora do Pais e analista técnica do Sebrae
Paraíba, Andrea Xavier, o crescimento da
produção sem agrotóxico é resultado da adesão de um número maior de produtores
à agroecologia.
“Este cenário também é
decorrente das práticas agroecológicas aplicadas aos cultivos, como a aplicação
de biofertilizantes e utilização de compostos orgânicos, além de uma maior
participação dos agricultores”, destacou Andrea.
Um dos agricultores que
ampliou a produção foi Jacinto Ferreira, do sítio Queimadas, da cidade de
Remigio, no Brejo paraibano. Para aumentar mercado, ele passou a vender para as
cidades circunvizinhas em feiras agroecológicas.
“Vendemos muito em feiras. A
verdura agrada a clientela, vendemos todos os tipos de folhas, legumes e
frutas. Vamos continuar participando de feiras. Trabalho com agricultura há 20
anos e estou recebendo os primeiros resultados depois que passei a plantar sem
agrotóxico. Isso me enche de vontade de continuar plantando e vendendo”, disse
o produtor.
Jacinto Ferreira começou a
vender para a fazenda Tamanduá, de Patos, uma propriedade biodinâmica. Depois
disso, ele comprou um carro, financiado por um programa do governo federal, e
começou a distribuir os produtos. Atualmente, Jacinto vende a produção duas
vezes por semana em João Pessoa e planeja ir para Campina Grande em breve.
Além da participação em
feiras, o mercado dos produtos agroecológicos paraibanos foi ampliado com a
presença de produtores em seminários de compras governamentais, que esclarecem
o processo de vendas para o governo. “Além disso tudo, os produtores estão
sendo instruídos a participar desses processos licitatórios, visto que as
prefeituras têm que comprar no mínimo 30% da produção da agricultura familiar do
município”, destacou a Andrea Xavier.
Para este ano, o Programa de
Agroecologia Integrada e Sustentável pretende reforçar as ações de
acompanhamento da produção destinada à comercialização. “Vamos principalmente
prestar apoio aos agricultores que levam seus produtos para as feiras
agroecológicas do Cariri oriental, fortalecendo assim as feiras e o poder de
compra e venda dos envolvidos”, anuncia a gestora.
Portal
Correio
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