quarta-feira, 16 de março de 2016

Produção sem agrotóxicos cresce e movimenta mais de R$ 564 mil na Paraíba


A atividade agroecológica está em alta na Paraíba. Em um ano, o estado aumentou em 59% a produção de alimentos sem agrotóxicos e movimentou cerca de R$ 564 mil. Os dados são do Programa de Agroecologia Integrada e Sustentável (Pais), do SEBRAE-PB.

Conforme o levantamento, os agricultores conseguiram, no ano passado, ampliar as vendas em quase 60%, em comparação com 2014. Em 2015, foram arrecadados R$ 564 mil, enquanto no ano anterior as vendas renderam R$ 338 mil. O aumento das vendas impulsionou a produção geral que saltou de 81,8 toneladas para 118,8 toneladas em 2015.

As vendas de hortaliças, como a alface, coentro e couve, foram os grandes responsáveis pelo aumento do faturamento dos produtores. Para a gestora do Pais e analista técnica do Sebrae Paraíba, Andrea Xavier,  o crescimento da produção sem agrotóxico é resultado da adesão de um número maior de produtores à agroecologia.

“Este cenário também é decorrente das práticas agroecológicas aplicadas aos cultivos, como a aplicação de biofertilizantes e utilização de compostos orgânicos, além de uma maior participação dos agricultores”, destacou Andrea.

Um dos agricultores que ampliou a produção foi Jacinto Ferreira, do sítio Queimadas, da cidade de Remigio, no Brejo paraibano. Para aumentar mercado, ele passou a vender para as cidades circunvizinhas em feiras agroecológicas.

“Vendemos muito em feiras. A verdura agrada a clientela, vendemos todos os tipos de folhas, legumes e frutas. Vamos continuar participando de feiras. Trabalho com agricultura há 20 anos e estou recebendo os primeiros resultados depois que passei a plantar sem agrotóxico. Isso me enche de vontade de continuar plantando e vendendo”, disse o produtor.

Jacinto Ferreira começou a vender para a fazenda Tamanduá, de Patos, uma propriedade biodinâmica. Depois disso, ele comprou um carro, financiado por um programa do governo federal, e começou a distribuir os produtos. Atualmente, Jacinto vende a produção duas vezes por semana em João Pessoa e planeja ir para Campina Grande em breve.

Além da participação em feiras, o mercado dos produtos agroecológicos paraibanos foi ampliado com a presença de produtores em seminários de compras governamentais, que esclarecem o processo de vendas para o governo. “Além disso tudo, os produtores estão sendo instruídos a participar desses processos licitatórios, visto que as prefeituras têm que comprar no mínimo 30% da produção da agricultura familiar do município”, destacou a  Andrea Xavier.

Para este ano, o Programa de Agroecologia Integrada e Sustentável pretende reforçar as ações de acompanhamento da produção destinada à comercialização. “Vamos principalmente prestar apoio aos agricultores que levam seus produtos para as feiras agroecológicas do Cariri oriental, fortalecendo assim as feiras e o poder de compra e venda dos envolvidos”, anuncia a gestora.


Portal Correio

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