Representantes do Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) foram ao presidente do Supremo
Tribunal Federal (STF), o ministro Ricardo Lewandowski, em 10 de agosto, para
reiterar um pedido feito em petição no dia 2 de agosto.
O pedido solicita a retomada
na pauta deste mês do julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental (ADPF) nº 165/DF, uma ação proposta pela Confederação Nacional do
Sistema Financeiro (Consif) que visa a derrubar todas as ações judicias sobre
planos econômicos que têm por objetivo ressarcir os milhares de poupadores
brasileiros que foram lesados com os Planos Bresser (1987), Verão (1989) e
Collor 1 (1990).
Também foram apresentados ao
ministro Lewandowski comentários de poupadores feitos no site do Idec. Neles,
se queixam da demora no julgamento. Durante o encontro com o ministro, os
representantes dos consumidores reafirmaram ainda que estudos já encaminhados
ao STF comprovam a capacidade financeira dos bancos de ressarcir os poupadores
lesados nos planos econômicos.
A ADPF 165 foi proposta em
março de 2009 e pede que o STF examine a constitucionalidade dos planos
econômicos e, desde então, a apreciação de todas as ações em favor dos
poupadores foi suspensa. Se o Supremo entender que os bancos são responsáveis
pelo ressarcimento, milhares de ações judiciais que estão suspensas terão
andamento regular no Judiciário.
A ADPF está anexa a quatro
recursos extraordinários (RE 626307, RE 591797, RE 631363 e RE 632212) e tem
como relator o ministro Ricardo Lewandowski. Após fase inicial de discussões
orais, o julgamento foi suspenso, sob alegação de que a Procuradoria-Geral da
República deveria rever seus cálculos apresentados. Depois disso, não voltou
mais ao Plenário por falta de quórum, já que quatro dos ministros da corte se
declararam impedidos por motivos diversos.
Para Elici Maria Checchin
Bueno, coordenadora executiva do Idec, a indefinição nos julgamentos da
correção das cadernetas de poupança permite aos bancos entrar com milhares de
recursos, protelando os pagamentos devidos de fatos que já ocorreram há quase
três décadas, o que, para ela, é inaceitável.
Desde que a ação foi
proposta pela Consif, o Idec disse aos ministros do STF que a ADPF foi um
artifício para aplicar um grande calote aos poupadores, primeiro tentando
suspender todos os pagamentos de poupança, o que foi prontamente rejeitado pelo
Ministro Relator da ADPF. Em segundo, conforme o Idec, para ganhar tempo e
tentar zerar a conta dos poupadores nas instâncias judiciais locais e no STJ.
Quem afirma é Walter Moura, advogado do Idec. "Desde aquela época, o Idec
demonstrou que os bancos sempre tiveram total capacidade de pagamento e a tese
por eles defendida, que ocorreria uma quebra do sistema financeiro, é
totalmente improcedente".
O Idec também relançou a
campanha Eu Confio no STF - Julgamento Já dos Planos Economicos. O Instituto
espera o apoio dos consumidores de todo o Brasil, em favor dos poupadores
lesados pelos bancos.
No encontro com o ministro
relator estavam presentes pelo Idec a coordenadora executiva, Elici Maria
Checchin Bueno, e o advogado Walter Moura. Também participaram representantes
da Frente Brasileira pelos Poupadores (FEBRAPO). A petição, datada de 1 de
agosto, foi assinada pelo Idec, pela Associação de Proteção dos Direitos dos
Cidadãos (APDC) e pela associação SOS Consumidores.
Portal
Correio
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