O aumento em torno de 14% no salário no começo do ano que vem deve fazer com que a temporada de consumo de Natal se prolongue até janeiro e fevereiro.
Segundo Renato Meirelles, da Data Popular, consultoria especializada nas classes C e D, as pessoas terão acabado de receber o décimo terceiro e, logo em seguida, terão um reajuste real de 6,5% dos salário mínimo, o que deve provocar um aquecimento do consumo atípico.
No começo do ano, as varejistas se preparam para a temporada de liquidações, que já fazem parte do calendário de marketing do setor. Muitos dos produtos vendidos são encomendados especialmente para a ocasião pelas lojas, que não vendem apenas as sobras de Natal. Com o reajuste do salário mínimo, é provável que o varejo invista ainda mais nas liquidações.
Um outro aspecto deve favorecer o consumo em janeiro: os consumidores utilizam parte do décimo terceiro para quitar dívidas, portanto, devem ter mais capacidade de endividamento no começo do ano que vem.
Meirelles prevê que uma parcela desses recursos adicionais seja destinada à aquisição não apenas de bens, mas também de serviços, como viagens. “O setor de turismo deve ser bastante beneficiado”, afirma consultor.
Segundo ele, esse pode ser um problema para a inflação. “É mais fácil combater o aumento dos preços de produtos, mas, no setor de serviços, isso é mais difícil. Não dá para importar cabeleireira da China, por exemplo”.
Seminário na favela
Meirelles participou nesta quinta-feira de um evento realizado no CEU (Centro Educacional Unificado) nas proximidades da favela de Paraisópolis, em São Paulo.
O evento foi promovido pela Data Popular, que realizará em 2012 o 1º Forum Novo Brasil, no qual serão abordados temas sobre a nova classe média brasileira.
Claudia Facchini, iG São Paulo
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