segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Operação Squadre: 40 mandados de prisão já foram cumpridos


Quarenta mandados de prisão foram cumpridos pelos cerca de 400 policiais federais, que atuaram na operação Squadre, deflagrada na última sexta-feira (9) na Paraíba, pelo Ministério Público do estado (MPPB), Polícia Federal (PF) e Secretaria Estadual de Segurança de Desenvolvimento Social (Seds) para desarticular três grupos que atuavam como milícias armadas e praticavam diversos crimes, como tráfico e comércio ilegal de armas e munições, extorsão, corrupção e extermínio de pessoas.

Segundo a PF, só cinco mandados estão pendentes e já estão sendo feitas diligências para cumpri-los. Também foram lavrados 15 autos de prisão em flagrante pelos delitos de posse e porte ilegal de armas. A operação resultou na apreensão de 16 armas de fogo, entre revólveres, pistolas, rifles e espingardas. Foram ainda apreendidas cerca de 400 munições.

Os três oficiais da Polícia Militar (PM) e os dois delegados da Polícia Civil presos durante a operação foram encaminhados ao Centro de Ensino da PM, enquanto os demais policiais militares foram encaminhados à 3ª Companhia da PM.

Já os agentes da Polícia Civil foram encaminhados ao Distrito Integrado de Segurança Pública e os dois agentes penitenciários ao Quartel Central dos Bombeiros. Os demais presos foram encaminhados ao presídio de segurança máxima PB1, localizado em João Pessoa.

As investigações

A Operação Squadre deflagrada na madrugada da sexta-feira (9) foi o resultado de um ano de investigações feitas pelo setor de inteligência da PF, com o apoio do MPPB e da Seds. O objetivo do trabalho foi desarticular grupos milicianos acusados de praticar vários crimes na Paraíba, como tráfico e comércio ilegal de armas e munições, segurança privada armada clandestina, extorsão, corrupção, lavagem de dinheiro e extermínio de pessoas.

Ao todo, foram expedidos 75 mandados, sendo 35 de prisão preventiva, dez de prisão temporária e buscas, 11 de condução coercitiva de pessoas e 19 de busca e apreensão de documentos nas cidades de João Pessoa, Bayeux, Cabedelo, Santa Rita, Alhandra, Mari, Cajazeiras, na Paraíba e, em Recife e Petrolina, no estado de Pernambuco.

Altas patentes e delegados

Os alvos das prisões são policiais militares de várias patentes (incluindo major, capitão e sargento), policiais civis e delegados, agentes penitenciários e particulares que, de acordo com as investigações do MPPB e da PF, atuariam em três milícias interligadas pelo tráfico ilegal de armas e munições (sendo que alguns dos milicianos integravam os três grupos).

Segundo a Polícia Federal, existe um major-PM envolvido, dois capitães, um subtenente, dois sargentos, cinco cabos, um cabo reformado da PM, dois delegados, sete agentes da Polícia Civil, dois agentes penitenciários e um agente do Departamento de Trânsito do Estado da Paraíba (Detran).

Milícias desarticuladas

A primeira milícia desarticulada pela “operação Squadre” era composta por policiais militares, policiais civis, um agente penitenciário e particulares que atuavam como “grupo de extermínio”, principalmente na Região Metropolitana de João Pessoa. As vítimas eram, em geral, presos e ex-presidiários, executados em razão de “acertos de contas”.

O outro grupo era comandado por oficiais da PM e realizava segurança privada clandestina (principalmente para postos de gasolina), comércio ilegal de armas e munições, usando para isso uma empresa em nome de “laranjas”. O grupo criminoso – que contava também com o apoio de um delegado da Polícia Civil da Paraíba – é investigado, ainda, pela prática de crimes financeiros e lavagem de dinheiro.

Outra quadrilha de milicianos era formada por policiais civis e militares e um agente penitenciário, que extorquia traficantes de drogas, assaltantes de banco e outros criminosos. A investigação, coordenada pela Polícia Federal com o apoio do Ministério Público da Paraíba e da Secretaria de Segurança e Defesa Social da Paraíba, começou há cerca de um ano e sua execução contou com a participação do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal (COT) e dos Grupos de Pronta Intervenção da Polícia Federal (GPIs) de diversos estados.

As provas obtidas no curso das investigações devem ajudar na elucidação de vários homicídios praticados por todo o estado da Paraíba. Ações de inteligência permitiram, inclusive, evitar execuções que seriam praticadas pela milícia.

MPPB

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