Foi preso na manhã desta sexta-feira (7), o ex-policial
militar Francisco Fagner de Mesquita, acusado de extorsão mediante sequestro,
contra o proprietário de um hotel na cidade de Cajazeiras, no Sertão do Estado.
Mesquita foi expulso na Polícia Militar da Paraíba em junho deste ano, “a bem
do serviço público”, após ser apontado como autor do assassinato de um
flanelinha em agosto de 2011, em João Pessoa.
Na noite da quinta-feira (6), Mesquita foi à casa de
outro empresário, no município de São João do Rio do Peixe, também no Sertão,
de quem havia comprado um veículo. Lá, o
ex-soldado disse que queria saber de quem o empresário havia adquirido o
veículo que lhe vendeu, afirmando que não tinha como fazer a transferência para
o seu nome porque o mesmo tinha restrição de roubo.
O empresário informou que o veículo em questão pertencia
originalmente ao dono de um hotel, em Cajazeiras. Mesquita foi então até o
hotel e, na recepção, se apresentou como o policial militar Fábio. Em seguida,
ele invadiu o quarto usado pelo do proprietário do hotel e exigiu R$ 30 mil.
De acordo com informações repassadas pelo empresário ao
delegado Gilson Teles, o ex-policial disse ao empresário que suas pessoas de
suas relações estavam sendo mantidas presas e torturadas em João Pessoa por
causa do carro roubado que o empresário tinha passado adiante. O ex-policial
obrigou o empresário a entrar no veículo e, por telefone, recebeu ameaças de
morte de um comparsa do ex-policial, que não preso nem foi identificado.
Liberado, o empresário recebeu a ordem de ‘levantar’ a
quantia de R$ 30 mil ou seria preso juntamente com o amigo de São João do Rio
do Peixe seria levado para a delegacia e presos por roubo de veículo. O
empresário ficou sob tortura psicológica e ameaças durante seis horas. Para
aumentar o efeito psicológico sobre a vítima, Mesquita disse que fazia parte de
um grupo de extermínio, que teve alguns integrantes presos na Operação Squadre,
da Polícia Federal.
Depois de 16 horas de ameaças e sem conseguir o dinheiro
pedido por Mesquita, o empresário revolveu acionar a polícia. Ele ligou para o
Grupo Tático Especial da Polícia Civil, de Cajazeiras, e disse o que estava
acontecendo. Orientado pelo delegado Gilson Teles, o empresários voltou a se
encontrar com o ex-policial para regatear o valor solicitado.
Dos R$ 30 mil iniciais, Mesquita baixou para R$ 5 mil e
acabou aceitando apenas R$ 500 que o empresário tinha na carteira. Ao receber o
dinheiro, os policiais prenderam Mesquita em flagrante e pediram para ver sua
identidade funcional, uma vez que ele se apresentou mais uma vez como policial
militar.
Os policiais levaram Mesquita para a Delegacia e fizeram
consulta junto ao Comando da Polícia Militar, onde descobriram que ele havia
sido expulso da corporação, acusado de homicídio.
Assassinato
do flanelinha
Fagner Mesquita entrou na Polícia Militar em março de
2009. No dia 5 de agosto de 2011, ele assassinou o flanelinha Damião Rodrigues
Sousa, no Conjunto Enesto Geisel, em João Pessoa. Depois de um processo
administrativo, Mesquita foi expulso da PM. A expulsão foi publicada no Diário
Oficial do Estado, do dia 20 de junho deste ano.
Por
Wanja Nóbrega
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