Mais de 10,4 mil paraibanos trabalham como catadores e
catadoras de lixo. É o quarto estado da região Nordeste em número desses
profissionais. Desse total, 7,9% de catadores de lixo são considerados
residentes extremamente pobres. Para fins de alguns programas sociais, como o
Bolsa família, considera-se em situação de extrema pobreza o domicílio em que a
soma de renda de seus integrantes, dividida pela quantidade de pessoas que
residem no domicílio e dependam dessa renda não ultrapasse a marca de R$ 70,00.
A região Nordeste concentra 116 mil e 528 pessoas desse
universo, o que representa 30,6% do total de catadores no Brasil. O estado da
Bahia possui o maior contingente da região nordestina, com 34.107 habitantes.
Juntos, Bahia, Pernambuco e Ceará concentram 63% desses trabalhadores na
região. Conforme Censo Demográfico de 2010, 387 mil e 910 pessoas se declararam
catadores lixo em todo o território brasileiro. "Porém este valor pode
estar abaixo do quantitativo real em função de algumas dificuldades na coleta
de dados durante a pesquisa do Censo", explica o Ipea.
Um estudo, coordenado por técnicos do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revela que cerca de 30% dos catadores de
lixo de todo o país estão na região Nordeste (116 mil pessoas), a maioria em
áreas urbanas. O Ipea é uma fundação pública vinculada à Secretaria de Assuntos
Estratégicos da Presidência da República. Esse número não se distancia muito do
estimado no Diagnóstico sobre Catadores de Resíduos Sólidos realizado pelo Ipea
em 2012, que apontava a possibilidade de um intervalo entre 400 mil e 600 mil
catadoras e catadores.
Sergipe e Piauí são os que apresentaram o menor número de
pessoas que declararam trabalhar como catadores, com 4.081 e 4.728,
respectivamente. A média de idade entre as pessoas que se declararam exerce a
atividade de coleta e reciclagem no Brasil é de 39,4 anos. Essa média varia
pouco entre as regiões. No Nordeste, por exemplo, a idade média desse público é
de 38,3 anos.
Na Paraíba, 49,9% dos catadores estão situados na faixa
etária entre 30 e 49 anos. Outros 4,2% situam-se abaixo dos 17 anos. E 5,2% são
maiores de 60 anos. Dos catadores do Estado, 66% são homens e 34% mulheres. Do
total, 71,8% dos catadores de lixo na Paraíba se declararam pretos e pardos,
contra 28,2% informaram que são brancos e de outra cor. Nas famílias, num
aglomerado de 39.463 paraibanos há pelo menos um catador ou catadora de lixo.
Nesse contexto, 52,1% das crianças são dependentes dos seus familiares
catadores e catadoras.
Os dados do Censo do IBGE indicam que a renda média em
2010, segundo os próprio trabalhadores, era de R$ 571,56. O salário mínimo na
época era de R$ 510,00. Na região Nordeste, a renda médica é de R$ 459,34 -
cerca de 10% inferior ao salário mínimo nacional. Na Paraíba, a situação é a
pior do Nordeste em termos dos salários pagos a catadores de resíduos sólidos.
Na média, paga R$ 391,93.
No Rio Grande do Norte registra-se o maior salário, em
torno de R$ 542,37; Pernambuco vem em seguida, com R$ 494,14; Bahia paga R$
458,55; Alagoas chega a R$ 455,36; Piauí fica em R$ 445,19; Ceará chega à uma
média de R$ 445; Maranhão paga R$ 431,18; Sergipe tem salários médios de R$
425,88. O levantamento ainda destaca que 90,1% moram em áreas urbanas e 9,9% em
zona rural.
Há muita variação entre os estados da região Nordeste,
pois, mais da metade se situa entre 30 e 49 anos. Aproximadamente 4,0% do total
ainda não atingiu a idade adulta e 15% encontra-se entre 18 e 29 anos, idade
utilizada como referência para as políticas de juventude. A população de
catadoras e catadores acima de 60 anos na região está próximo de 5%, idade
considerada prioritária para as políticas de assistência e previdência social.
Os dados, obtidos com base no Censo Demográfico de 2010,
estão na publicação Situação social das catadoras e dos catadores de material
reciclável e reutilizável.
Por
Hermes de Luna
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