O impacto humano na perda de
água doce, com atividades como rega ou construção de barragens, excede em 20% o
calculado, mostra estudo divulgado hoje (4) pela revista Science.
O trabalho
concluiu que o aumento na perda de água doce para a atmosfera, por evaporação,
é 4.370 quilômetros cúbicos anuais, o que equivale a dois terços do fluxo anual
do Rio Amazonas, o mais caudaloso do mundo.
“As pequenas coisas que
fazemos na superfície da terra podem ter grandes efeitos globais. Antes, os
efeitos das atividades humanas, como as barragens, eram subestimados. O estudo
mostra que os efeitos até agora têm sido inclusive superiores aos das
alterações climáticas”, afirmou Fernando Jaramillo, do Departamento de
Geografia Física da Universidade de Estocolmo.
A tese do estudo é que
atividades como a rega e as barragens aumentaram consideravelmente o consumo
total de água doce, ao intensificar a evaporação e transpiração, ou seja, a
perda de umidade e de água por transpiração da vegetação.
“O aumento dessa perda por
causas humanas é como um grande rio de água doce da Terra para a atmosfera.
Mudamos muito o sistema da água doce sem saber”, observou Gia Destouni,
professora da Universidade de Estocolmo. “Já superamos os limites do consumo de
água doce do planeta. Isso é sério”, acrescentou.
Para fazer o estudo, os
cientistas analisaram dados sobre clima, hidrologia e uso da água em uma
centena de grandes bacias hidrológicas do mundo entre 1901 e 2008.
Agência
Brasil
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