Os traficantes Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho
Beira-Mar, e Marcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, vão ficar em
isolamento por dez dias, a partir da próxima segunda-feira (5). Os dois, que
cumprem pena na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, são suspeitos
de serem responsáveis pelos ataques à sede do AfroReggae, no Complexo do
Alemão, nos dias 16 e 30 de julho.
A decisão de mantê-los isolados foi tomada pela direção
do presídio, após mais um prédio da organização não governamental ter sido alvo
de ataque no Complexo da Penha. Será apurado se há vinculação dos traficantes
com os ataques, a partir de um diálogo entre a dupla gravado pela segurança da
penitenciária, de acordo com o Ministério da Justiça.
Durante o isolamento, Fernandinho Beira-Mar e Marcinho VP
apenas poderão receber a visita dos advogados, e ficarão sem o banho diário de
sol. Os dois estão na Penitenciária de Catanduvas desde abril, quando o
Ministério da Justiça fez uma espécie de rodízio de presos entre as cinco
unidades federais espalhadas pelo país.
Em pouco mais de duas semanas, as sedes do AfroReggae nos
complexos do Alemão e da Penha foram alvos de ataques de tiros. Na noite de
quinta-feira (1º), as balas atingiram a fachada do prédio no Complexo da Penha,
um dia depois de ter sido inaugurado, com as presenças do governador Sérgio
Cabral, do prefeito Eduardo Paes e do secretário de Segurança Pública, José
Mariano Beltrame.
Um centro comunitário da organização no Alemão sofreu um
incêndio, no dia 16 de julho. Na ocasião, o coordenador do AfroReggae, José
Júnior, disse que o incêndio, que destruiu parcialmente dois de três
pavimentos, foi criminoso. José Junior chegou a cogitar a suspensão das
atividades do AfroReggae no Alemão.
Em vídeo no site do AfroReggae, José Junior disse que a
reabertura do núcleo da Vila Cruzeiro incomodou bastante. "Teve muitos
jovens, muitas crianças participando das atividades e acho que isso foi algo
que ninguém esperava, principalmente os criminosos", disse.
José Junior também disse que, mesmo com as intimidações,
a organização vai continuar com as atividades. "Também sabemos que tem
vários moradores que estão sendo pressionados a não permitir que seus filhos
participem das atividades do AfroReggae, que usem a camisa do AfroReggae. Mas é
uma luta do bem contra o mal. E, se a gente agora fechar os núcleos do
AfroReggae o mal prevaleceu", finalizou.
Por
Agência do Rádio
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