A Associação dos Moinhos de Trigo do Norte e Nordeste do
Brasil anunciou, ontem, um aumento de mais de 40% no preço da farinha de trigo
para os próximos 60 dias. Por consequência, pães, biscoitos e outras massas
também sofrerão incrementos nos preços. Segundo o presidente da associação,
Roberto Schneider, entre as razões para o reajuste está a elevação de 45,8% no
preço internacional do grão do trigo, que nos últimos sete meses saltou de US$
240 para US$ 350 a tonelada.
Em João Pessoa, segundo pesquisa divulgada pelo Procon
Municipal, o preço do pão francês custa entre R$ 7,98 e R$ 8,98. Tendo em vista
que a farinha de trigo representa 70% do custo de produção do pãozinho,
proprietários de padarias calculam um incremento de mais ou menos 20% no preço
do quilo.
Em reais, conforme Schneider, a tonelada do cereal sofreu
uma alteração de aproximadamente 60% nos sete primeiros meses deste ano. “Houve
um salto grande entre janeiro e julho deste ano. A produção brasileira sequer
aparecia entre os produtores mundiais até o ano passado, ainda somos muito
dependentes do mercado externo”, comenta.
O presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e
Confeitaria do Estado da Paraíba (Sindipan), Romualdo Farias, avaliou que o
incremento anunciado pela associação é desproporcional à realidade do mercado.
No último mês, segundo ele, houve um reajuste de aproximadamente 10% no preço
do quilo do pão, mas o repasse será inevitável, diante da porcentagem. “Se isto
vier a se concretizar, sem dúvidas, haverá rapasse”, confirma.
Por sua vez, o presidente Roberto Schneider assegura que
o impacto será pequeno para o consumidor final. “Biscoitos e massas sentirão
com mais força o reajuste. Nestes setores, que são industriais, o impacto será
muito maior do que aquele sentido pelos padeiros”, assegura.
O aumento previsto para acontecer gradativamente até
setembro, nas regiões Norte e Nordeste, já vem sendo sentido nas demais regiões
do país. Segundo a associação, o novo cenário sugere reajuste dos atuais R$
73,00, para cerca de R$ 100,00, no preço da saca de 50 quilos de farinha de
trigo, como forma de manter a sustentabilidade das empresas e a atratividade
econômica do setor moageiro.
Fonte:
JP Online
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