O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho
Beira-Mar, foi condenado na madrugada desta quarta-feira a 80 anos de prisão
por crime de homicídio qualificado praticado em 2002. Ele pegou a pena máxima,
mas já avisou que vai recorrer.
O traficante afirmou, durante o julgamento no Tribunal de
Justiça do Rio, que não deu ordens para matar Ednei dos Santos, o Pipico ou
Velho, e Alexandre Nunes, o Playboy, em uma reunião do tráfico na Favela
Beira-Mar, em Duque de Caxias, em 2002.
"Só queria dar um couro neles, pois 10 pessoas,
incluindo inocentes, morreram por causa deles", afirmou Beira-Mar. O
traficante contou que pediu, de dentro de Bangu 1, que os dois entregassem suas
armas para o tráfico local. Durante a entrega, Pipito teria ficado com uma
pistola na cintura e efetuado diversos disparos, matando 10 pessoas.
Perguntando sobre
como teria conseguido os celulares, o traficante revelou que conseguia os
aparelhos dependendo do dia do plantão. Um terceiro homem, Adailton Cardoso de
Lima, conseguiu fugir da reunião. Ele seria testemunha de acusação do traficante,
mas está desaparecido desde o ocorrido. Beira-Mar também é acusado de tentar
matar Adailton.
"O que aconteceu é que houve uma briga de facções na
comunidade. Eu queria checar o que estava acontecendo e consegui telefones
clandestinos para isso", revelou o traficante. Beira-Mar disse ainda que
pretendia expulsar Velho e Playboy da favela, já que eles não seriam de sua
confiança. Perguntando sobre fazer parte de uma facção criminosa, ele foi
direto: "Minha facção criminosa sou eu. Tive envolvimento com o tráfico no
passado, por apenas 4 anos, vendendo drogas na Favela Beira-Mar", disse.
Segundo o Tribunal de Justiça, as condenações de
Beira-Mar já somavam 120 anos. Apenas no Estado do Rio eram 69. Com o veredito
desta terça, a soma chegou a 200 anos de prisão. Na manhã desta quarta-feira, o
traficante embarcou em um avião penitenciário no Aeroporto Santos Dumunt e voou
de volta para o presídio de Catanduvas, no Paraná, onde permanecerá preso.
Fonte:
ig
Foto:
Alessandro Costa / Agência O Dia
Nenhum comentário:
Postar um comentário