Cerca de 200 apoiadores da Telexfree ocuparam três das
quatro faixas da Avenida Paulista, em ambos os sentidos, por volta das 12h20
desta segunda-feira (5), em São Paulo. O grupo protesta contra a decisão da
Justiça do Acre que, em junho, congelou as contas da empresa, suspeita de ser a
maior pirâmide financeira da História do Brasil. A medida bloqueou também o
dinheiro investido na empresa pelos seus associados, conhecidos como
divulgadores.
Manifestantes
pedem liberdade para decidir onde investir o dinheiro
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São
Paulo, os manifestantes seguiram em caminhada pela Avenida da Consolação,
interrompendo a circulação de veículos em duas faixas da via. Às 16h,
concentravam-se nas calçadas do Viaduto do Chá, junto à Prefeitura de São
Paulo.
A Telexfree, que informa comercializar serviço de
telefonia via internet (VoIP) por meio de marketing multinível, tem cerca de 1
milhão de associados no Brasil. Eles pagaram taxas de adesão com a promessa de
lucrarem com revenda dos pacotes de minutos, a atração de mais associados para
a rede e colocação de anúncios na internet.
O Ministério Público do Acre (MP-AC), entretanto, diz que
o faturamento da empresa depende exclusivamente das taxas de adesão, e não da
venda de serviços ou da colocação de anúncios. Por isso, argumenta, a Telexfree
é uma pirâmide financeira – o que é crime.
Em 18 de junho, a juíza Thaís Khalil, da 2ª Vara Cível,
aceitou a denúncia do MP-AC e bloqueou as contas da Telexfree. Os advogados da
empresa recorreram, mas tiveram oito recursos negados. O próximo pedido deve
ser analisado no dia 12.
Além da Telexfree, outras 30 empresas são alvo de
investigação por suspeita de acobertarem pirâmides financeiras. A BBom, que
atua no mercado de rastreadores, também teve as contas bloqueadas por uma
decisão judicial. Os representantes da Telexfree e da BBom negam
irregularidades.
Vitor
Sorano - iG São Paulo
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