Em dez anos, o número de
casos de HIV em crianças e jovens, de 10 a 19 anos, cresceu 3.100% na Paraíba.
Enquanto em 2007, o público que tinha o vírus nessa faixa etária era quase
nulo, com apenas um caso, em 2016 aumentou para 32. A principal causa, conforme
a Secretaria de Estado da Saúde (SES), é a falta do preservativo com o início
da vida sexual cada vez mais cedo. Não há registro de casos de HIV/Aids neste
grupo em 2017.
“Ultimamente, os casos de
HIV são bem frequentes em adolescentes e jovens. Essa é a tendência nacional e
a Paraíba vem acompanhando. Por não usarem a camisinha nas primeiras relações
sexuais, acabam adquirindo uma infecção sexualmente transmissível (IST) ainda
pela compreensão de que ‘não vai acontecer comigo’, ‘que meu parceiro ou minha
parceira é saudável e que confio nele’”, constatou a gerente Operacional das
ISTs/Aids/Hepatites Virais, Ivoneide Lucena.
Para piorar ainda mais a
situação, os adolescentes só procuram o serviço médico quando estão sentindo
alguma coisa, algum sintoma, ou seja, quando a Aids já se desenvolveu. Muitos
deles, conforme Ivoneide, vão acompanhados pela mãe. No ano passado, 12
adolescentes entre 15 e 19 anos tiveram diagnóstico de Aids.
A solução apontada pela
gerente é discutir prevenção e autocuidado com essa população. Ela afirmou que
a SES está trabalhando para reduzir estes índices com a oferta de cursos para
200 professores da rede estadual. O curso atual é intitulado ‘Formação em
sexualidades e prevenção as IST/Aids/Hepatites Virais.
O objetivo é proporcionar a
discussão desses temas em sala de aula, para esses jovens que estão em idade
colegial. Outro curso que será ofertado é o Curso de Jovens Lideranças, com 100
vagas para adolescentes e jovens das escolas da rede estadual. “A ideia é
qualificar e empoderar esses jovens em suas discussões com seus pares, voltados
à prevenção, sexualidades, gênero, dentre outros”, disse a gerente.
Para os municípios, a
orientação da SES é que possibilitem a oferta de preservativos nas escolas,
dialogando com os professores e direção escolar, levando informações de
prevenção para as escolas. As secretarias municipais de saúde devem ainda
ofertar testes rápidos para sífilis, HIV, Aids e hepatites na atenção básica.
Portal
Correio com Lucilene Meireles do Correio Online
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