A Paraíba já contabiliza
pelo menos dez casos de participação de jovens no desafio ‘Baleia Azul’, no
qual os participantes praticam automutilação e são coagidos a cometerem
suicídios. Em um dos casos, uma jovem de 14 anos, estudante de uma escola do
Centro de João Pessoa, cortou os braços e subiu no teto da escola para cumprir
desafios do ‘jogo’.
As informações sobre o
‘Baleia Azul’ foram repassadas ao Portal Correio pelo tenente-coronel Arnaldo
Sobrinho, que é coordenador do Centro Integrado de Operações Policiais em João
Pessoa (Ciop) e coordenador-executivo do escritório brasileiro da Associação
Internacional de Prevenção ao Crime Cibernético. Segundo o tenente-coronel, o
caso da adolescente de João Pessoa foi descoberto pelos familiares após eles
ligarem o fato registrado na escola ao desafio.
“Dias após o problema da
menina na escola, um familiar da jovem viu o alerta sobre o jogo e ligou o
registro ao desafio. A família da jovem nos procurou e relatou o ocorrido,
afirmando que a menina cortou os braços e subiu no teto da escola para cumprir
etapas do jogo. Ao ligarem os eventos, os familiares quebraram o celular da
menina. Agora, ela passa por acompanhamento psicológico”, afirmou o
tenente-coronel.
Casos
na Paraíba: A Polícia chama a atenção dos pais para os desafios entre os jovens
Em um levantamento ainda
preliminar, o tenente-coronel citou que o estado já contabiliza pelo menos dez
casos registrados de participação de jovens no desafio ‘Baleia Azul’. Porém, o
número pode ser ainda maior, já que familiares das vítimas podem não estar
procurando o polícia para passar as informações.
“Acreditamos que esse
desafio vem sendo praticado há pelo menos um mês na Paraíba e que o número de
casos deve ser bem maior. Em Guarabira, temos relato de uma pessoa que
participou do jogo e chegou ao nível 10. Também recebi informes de uma aluna
minha, do curso de Direito, que foi incluída sem consentimento em um grupo de
participantes do desafio. Esse grupo tinha pessoas de todo o Brasil e contava
com 200 participantes”, relatou o coordenador do Ciop.
O tenente-coronel Arnaldo
Sobrinho também afirmou ao Portal Correio que existem indícios de que menores
estariam agindo como ‘curadores’ do desafio, aliciando e ameaçando
participantes. “Estamos realizando um
apanhado de informações e relatos sobre casos no estado e iremos confeccionar
um relatório para as policiais Civil e Federal para que elas possam receber
informes detalhados e tomar providências quanto à investigação desse crime.
Esse relatório também irá para a Associação Internacional de Prevenção ao Crime
Cibernético”, contou o policial.
O tenente-coronel voltou a
afirmar que os pais precisam estar atentos a atitudes dos filhos para que
possam perceber diferenças comportamentais. “Os pais devem obedecer
cinco requisitos: observar o comportamento; perceber alterações de rotina;
devem estabelecer diálogo com os jovens; prestar assistência e apoio; e,
especialmente, colocar novos projetos para esses jovens. É fundamental que os
pais tenham total atenção aos filhos para evitar que eles participem desse
desafio”, concluiu o tenente-coronel.
Portal
Correio com Halan Azevedo
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