O ex-ministro Antônio
Palocci disse nesta quinta-feira (20), em depoimento ao juiz federal Sérgio
Moro, que está disposto a colaborar com as investigações e apresentar
"nomes, endereços e operações realizadas", que podem render mais
"um ano de trabalho" à Operação Lava Jato. Palocci foi interrogado na
ação penal em que é acusado pela força-tarefa de procuradores de operar um
suposto esquema de caixa 2 para o PT.
Ao final do depoimento no
qual negou ter arrecadado propina ao partido, o ex-ministro disse que está à
disposição de Moro para revelar situações que optou por não falar durante a
audiência "por sensibilidade da informação".
"Todos os nomes e
situações que optei por não falar aqui, por sensibilidade da informação, estão
à sua disposição. O dia que o senhor quiser, se tiver com a agenda muito
ocupada, a pessoa que o senhor determinar, eu imediatamente apresento todos
esses fatos com nomes, endereços, operações realizadas e coisas que vão ser
certamente de interesse da Lava Jato, que realiza uma investigação de
importância, e acredito que isso dá um caminho que talvez vai lhe dar mais um
ano de trabalho, mas é um trabalho que faz bem ao Brasil", disse Palocci.
O ex-ministro está preso na
carceragem da Polícia Federal em Curitiba desde setembro do ano passado. Na
ação penal, Palocci e mais 14 pessoas são acusadas dos crimes de corrupção e
lavagem de dinheiro. De acordo com a Polícia Federal, a empreiteira Odebrecht
tinha uma “verdadeira conta corrente de propina” com o PT, partido do
ex-ministro.
Para os investigadores, a
conta era gerida por Palocci, e os pagamentos a ele eram feitos por meio do
Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – responsável pelo pagamento de
propina a políticos – em troca de benefícios indevidos no governo federal. No
depoimento, o ex-ministro negou que tenha atuado para beneficiar a empreiteira
ou que tenha pedido doação de campanha via caixa 2.
Portal
Correio com Agência Brasil
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