Três policiais civis foram denunciados pelo Ministério
Público da Paraíba (MPPB) à 7ª Vara Criminal de João Pessoa acusados de
corrupção passiva, por terem recebido dinheiro para liberar uma quadrilha de
São Paulo especializada em notas falsas. Foram denunciados os policias José
Rodrigues da Silva Júnior, Josenildo Justino da Costa e Gildo Ferreira de Lima
e o técnico em perícia Adalberto Mendonça da Silveira. O MP também denunciou
David Morais Cardoso, integrante da quadrilha, por corrupção ativa.
Segundo a denúncia, a Polícia Federal de São Paulo estava
monitorando, com autorização da Justiça, a quadrilha formada por setes pessoas.
No dia 7 de maio de 2010, uma interceptação telefônica flagrou uma conversa
entre David Cardoso e Suely Alves, outra integrante da quadrilha que estava em
São Paulo, na qual David informava que ele e quatro outros integrantes da
quadrilha (dois homens e duas mulheres) estavam presos na Polícia Civil da
Paraíba e que os policiais teriam solicitado R$ 5 mil reais pela liberdade.
De acordo com a denúncia, policiais militares do Posto 10
da Operação Manzuá, após terem recebido comunicado da Polícia Rodoviária
Federal, prenderam as cinco pessoas. Os PMs informaram que dentro do veículo
foram encontrados uma cápsula deflagrada de munição de fuzil, 10 cartelas de
Diazepan (utilizado no “boa noite cinderela”), três cartões de crédito, peças
de aparelho para clonar cartões, entre outros objetos.
Antes que a PM concluísse a abordagem, duas viaturas da
Polícia Civil apareceram no posto da Manzuá com os cinco policiais denunciados,
que levaram, por volta das 12h, a quadrilha para a carceragem da Central de
Polícia, na Capital. O agente Josenildo Justino informou ao policial do setor
de custódia que as pessoas estavam presas para averiguação. Às 19h, os presos foram
liberados pelo agente Gilmar das Neves.
“O interessante é que Gilmar liberou a quadrilha e pediu
para o agente de plantão abrisse o portão de trás do prédio da Central de
Polícia. A quadrilha saiu da Central às escondidas acompanhada dos acusados”,
diz na denúncia o promotor de Justiça Arlan Costa Barbosa.
Conforme a denúncia do MP, os policiais, após terem
recebido o dinheiro de Suely Alves (que veio à Paraíba com esse propósito),
apresentaram ao delegado Francisco de Assis da Silva apenas duas cartelas de
Diazepan com o objetivo de dar legalidade à ação deles. Isso resultou apenas no
indiciamento de um dos presos por transporte de drogas sem autorização.
No dia 14 de maio de 2010, cinco integrantes da
quadrilha, exceto David Cardoso, foram presos por policiais federais no Ceará
com notas falsas. Nas declarações, eles informaram que foram pagos R$ 7 mil aos
policiais paraibanos pela liberdade, valor que os policiais disseram ser
referente à fiança. Ainda de acordo com a denúncia, a Polícia Civil instaurou
sindicância contra os policiais e concluiu pela necessidade de punição com pena
de suspensão.
Portal
Correio com Ascom do MP
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