O ministro Napoleão Maia, do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que o PSDB se manifeste sobre o
depoimento do executivo Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da construtora
Andrade Gutierrez, que disse ter feito doações não declaradas à campanha
presidencial de Aécio Neves, em 2014. O magistrado atendeu a uma petição feita
pelo PT em dezembro, dentro do processo que julga as prestações de contas da
campanha de Aécio Neves.
A solicitação do ministro do
TSE foi feita depois de Azevedo, que é também um dos delatores na Operação Lava
Jato, ter prestado depoimento dentro da ação que julga irregularidades da chapa
Dilma-Temer, que é relatada pelo ministro Herman Benjamin. Azevedo deu dois
depoimentos a Benjamin, um em setembro e outro em novembro do ano passado. Na
segunda oitiva, o executivo afirmou que as doações eleitorais feitas pela
Andrade Gutierrez tanto à chapa Dilma-Temer como a Aécio Neves não estavam
vinculadas a qualquer contrapartida nem ao pagamento de propina.
No entanto, Azevedo
retificou o que havia dito anteriormente, afirmando que o valor total das
doações da empresa à campanha de Aécio Neves foi de R$ 19 milhões, maior do que
os R$ 12,6 milhões que constam no sistema do TSE, o que motivou a petição do PT
e a ordem de esclarecimentos feito agora no processo que julga as contas do
então candidato tucano. No despacho datado de sexta-feira (24), Napoleão Maia
deu o prazo de três dias para o PSDB explicar as declarações de Azevedo,
contados a partir da notificação do partido.
A investigação de possíveis
irregularidades nas contas da campanha de Aécio Neves foi determinada em agosto
do ano passado pela ministra Maria Theresa de Assis Moura, então corregedora do
TSE, após o PT denunciar aparentes inconsistências nas contas do candidato do
PSDB à presidência. À época, o PSDB disse que as alegações do PT eram
“desprovidas de qualquer verdade” e que as denúncias tinham “nítido propósito
político”.
Fonte
- Agência Brasil
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