Foi realizada na tarde dessa
sexta feira dia 1 de setembro na cidade de Desterro no sertão paraibano, uma audiência
pública envolvendo a administração municipal, Polícia Militar, assessoria
jurídica, sociedade civil organizada, os vereadores da situação, imprensa local
e regional além de interessados no tema sobre segurança pública.
O evento aconteceu no Centro
de Convivência do Idoso com mais de duas horas de duração. O prefeito Valtécio
de Almeida (Sinhô) abriu os trabalhos, exaltando a organização do encontro e a participação
popular, bem como a importância da parceria firmada pelo município de Desterro com
a 4ª Companhia de Polícia de Teixeira, na pessoa do Capitão Lima Filho, que
presidiu os trabalhos na sequência.
Segundo o gestor, a
iniciativa surgiu das constantes reclamações dos moradores e comerciantes,
assim como da necessidade de se dar uma resposta satisfatória a sociedade que
convive diariamente com a insegurança e o medo de serem roubadas por conta da violência
que se instalou não só na cidade, mas também em todo o país de forma descontrolada,
o que precisa ser combatida com ações urgentes.
Os discursos das autoridades
e cidadãos desterrenses foram no sentido de cobrar mais empenho e reforço do
efetivo nas pequenas cidades do interior que sofrem com o número reduzido de policiais
que precisam passar confiança e a sensação de segurança para a sociedade, somente
assim, eles acreditam no combate à criminalidade que vem acontecendo de forma
assustadora na região, tirando a paz e a tranquilidade de comerciantes e das
famílias de bem.
A onda de violência que vem
acontecendo em Desterro nas últimas semanas, é inadmissível para uma população
estimada em mais de 8 mil habitantes que fica refém de meia dúzia de marginais
que agem de forma covarde. Os moradores também defendem a instalação de câmeras
de monitoramento em pontos estratégicos da cidade e mais abordagens das tropas armadas
em bares e ruas.
Os participantes indagaram o
Capitão quanto a não obrigatoriedade do uso do capacete por motociclistas,
apesar de ser uma determinação federal. Já o pastor Neto de uma igreja
evangélica relatou que o templo o qual ele representa sofreu diversos furtos ao
longo dos últimos 7 anos e lamentou a desestruturação familiar alegando ser um
dos fatores agravantes da crise de valores que afeta a humanidade.
O líder espiritual sugeriu a
implantação da guarda municipal na cidade e destacou os projetos sociais que
vem desenvolvendo com as crianças no sentido de inclusão social através da
instituição religiosa, em parceria com Gledson do Conselho Tutelar e destacou a
escolinha de futebol, a evangelização de jovens e outras ações de cidadania.
O assessor jurídico da
prefeitura, Doutor Wilson Lacerda, reconhece que a falta de oportunidades para
os jovens, a ausência ou ineficiência das políticas públicas de segurança,
saúde educação, cultura, lazer, emprego e renda e outras formas de incentivos,
prejudicam o convívio social dos indivíduos, além da desestrutura familiar
somados ao fator drogas que contribuem negativamente com a marginalidade, não
que essas condições sejam as regras básicas para justificar as delinquências.
O professor Cícero Cassimiro,
se disse surpreso com a grande quantidade de pessoas presentes no evento que o classificou
como positivo, ele falou da sua indignação de ver seu povo acuado com medo da
violência e não poder ir de moto nem portando o celular em certos ambientes
como: a escola, o mercado, a praça, a casa do vizinho ou até mesmo a igreja,
pois correm o risco de ter seus bens roubados pelos ladrões.
O educador ressaltou a importância
da cobertura jornalística e destacou o papel social das mídias pela ampla
cobertura do evento, no tocante a prestação de serviços de utilidade pública
para outras localidades e estados brasileiros por meio de suas transmissões de
informações. Cassimiro criticou as formas politiqueiras que alguns cidadãos
recorrem e defendeu o debate produtivo de ideias entre as classes.
Lima Filho fez referência à
falta de limites das pessoas, levando em conta que todos os indivíduos precisam
se adequar as regras sociais estabelecidas pelo sistema e se mostrou preocupado
com o individualismo humano, acentuados pela ganância, ele também falou da
fragilidade das leis brasileiras, do esfacelamento da sociedade, da migração
dos criminosos para as cidades do interior pelas supostas facilidades e reforçou
o trabalho das tropas no combate a criminalidade por meio de um trabalho de planejamento
estratégico com a participação da sociedade que podem denunciar os crimes anonimamente.
EXPLANAÇÕES
DO CAPITÃO LIMA FILHO DA 4ª CIA DE POLÍCIA MILITAR DE TEIXEIRA PB
O palestrante afirmou que a situação
em Desterro é preocupante e que a mobilização dos moradores e autoridade competentes
foi fundamental, mas que precisam ser colocadas em prática as reivindicações. O
comandante garantiu ainda que pretende colocar o município em ordem no patamar
de cidade tranquila, mas para isso precisa contar com a população.
“A sociedade é a maior
parceira da polícia no combate a os índices de criminalidade, pois são os
moradores quem conhece cada beco e viela de sua cidade, sabe quem é cada
vizinho, o que eles fazem com que trabalham, com quem se envolve, é vocês quem
sabe onde está o problema. Quem esconde o errado é conivente com os criminosos”,
pontuou o Capitão.
Um comerciante que teve sua
loja roubada recentemente por dois criminosos falou do trauma e dos prejuízos
ao seu estabelecimento, atribuindo o aumento da criminalidade ao uso do
capacete, segundo o lojista, foram feitos todos os procedimentos recomendados
pela justiça e o inquérito já está com o Delegado, porém no seu entendimento, ele
ainda não obteve uma resposta satisfatória por causa de questões burocráticas.
Quanto a o uso do capacete, Lima
Filho disse que não dispõem de meios legais para interferir numa lei federal e
que a retirada do item de segurança não acaba com a criminalidade, pelo
contrário, o bandido pode recorrer a outros artifícios como capuz, toca ninja, óculos
escuros, camisa para cobrir o rosto e máscara. O Capitão lembrou-se das
facilidades do celular que se popularizou e se tornou um recurso fundamental
para os bandidos aperfeiçoarem seus crimes, no que se refere a roubos,
transmissão de informações da vítima ou aplicar golpes diversos.
O Capitão reconhece a necessidade
da contratação de mais policiais para o estado, na ocasião ele repassou algumas
dicas de como as pessoas devem se proteger das investidas dos marginais, e
citou: não sacar altas quantias, desconfiar de estranhos e suspeitos, evitar
transitar sozinho em lugares escuros e afastados de residências, não expor
objetos de valores do tipo joias, relógios, celulares, não se distrair ao celular,
fechar bem as portas de casa ou do carro, travar a moto, não guardar dinheiro
em casa, pois quem faz isso está procurando a morte, pois o bandido é covarde e
anda procurando a quem atacar e se encontrar fácil é o que ele quer.
Por:
Olavo Silva
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