sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Prefeitura de Desterro e 4ª Cia de Polícia Militar de Teixeira realizam audiência pública com a população para debaterem ações de combate à criminalidade


Foi realizada na tarde dessa sexta feira dia 1 de setembro na cidade de Desterro no sertão paraibano, uma audiência pública envolvendo a administração municipal, Polícia Militar, assessoria jurídica, sociedade civil organizada, os vereadores da situação, imprensa local e regional além de interessados no tema sobre segurança pública.

O evento aconteceu no Centro de Convivência do Idoso com mais de duas horas de duração. O prefeito Valtécio de Almeida (Sinhô) abriu os trabalhos, exaltando a organização do encontro e a participação popular, bem como a importância da parceria firmada pelo município de Desterro com a 4ª Companhia de Polícia de Teixeira, na pessoa do Capitão Lima Filho, que presidiu os trabalhos na sequência.

Segundo o gestor, a iniciativa surgiu das constantes reclamações dos moradores e comerciantes, assim como da necessidade de se dar uma resposta satisfatória a sociedade que convive diariamente com a insegurança e o medo de serem roubadas por conta da violência que se instalou não só na cidade, mas também em todo o país de forma descontrolada, o que precisa ser combatida com ações urgentes.

Os discursos das autoridades e cidadãos desterrenses foram no sentido de cobrar mais empenho e reforço do efetivo nas pequenas cidades do interior que sofrem com o número reduzido de policiais que precisam passar confiança e a sensação de segurança para a sociedade, somente assim, eles acreditam no combate à criminalidade que vem acontecendo de forma assustadora na região, tirando a paz e a tranquilidade de comerciantes e das famílias de bem.

A onda de violência que vem acontecendo em Desterro nas últimas semanas, é inadmissível para uma população estimada em mais de 8 mil habitantes que fica refém de meia dúzia de marginais que agem de forma covarde. Os moradores também defendem a instalação de câmeras de monitoramento em pontos estratégicos da cidade e mais abordagens das tropas armadas em bares e ruas.

Os participantes indagaram o Capitão quanto a não obrigatoriedade do uso do capacete por motociclistas, apesar de ser uma determinação federal. Já o pastor Neto de uma igreja evangélica relatou que o templo o qual ele representa sofreu diversos furtos ao longo dos últimos 7 anos e lamentou a desestruturação familiar alegando ser um dos fatores agravantes da crise de valores que afeta a humanidade.

O líder espiritual sugeriu a implantação da guarda municipal na cidade e destacou os projetos sociais que vem desenvolvendo com as crianças no sentido de inclusão social através da instituição religiosa, em parceria com Gledson do Conselho Tutelar e destacou a escolinha de futebol, a evangelização de jovens e outras ações de cidadania.

O assessor jurídico da prefeitura, Doutor Wilson Lacerda, reconhece que a falta de oportunidades para os jovens, a ausência ou ineficiência das políticas públicas de segurança, saúde educação, cultura, lazer, emprego e renda e outras formas de incentivos, prejudicam o convívio social dos indivíduos, além da desestrutura familiar somados ao fator drogas que contribuem negativamente com a marginalidade, não que essas condições sejam as regras básicas para justificar as delinquências.

O professor Cícero Cassimiro, se disse surpreso com a grande quantidade de pessoas presentes no evento que o classificou como positivo, ele falou da sua indignação de ver seu povo acuado com medo da violência e não poder ir de moto nem portando o celular em certos ambientes como: a escola, o mercado, a praça, a casa do vizinho ou até mesmo a igreja, pois correm o risco de ter seus bens roubados pelos ladrões.

O educador ressaltou a importância da cobertura jornalística e destacou o papel social das mídias pela ampla cobertura do evento, no tocante a prestação de serviços de utilidade pública para outras localidades e estados brasileiros por meio de suas transmissões de informações. Cassimiro criticou as formas politiqueiras que alguns cidadãos recorrem e defendeu o debate produtivo de ideias entre as classes.

Lima Filho fez referência à falta de limites das pessoas, levando em conta que todos os indivíduos precisam se adequar as regras sociais estabelecidas pelo sistema e se mostrou preocupado com o individualismo humano, acentuados pela ganância, ele também falou da fragilidade das leis brasileiras, do esfacelamento da sociedade, da migração dos criminosos para as cidades do interior pelas supostas facilidades e reforçou o trabalho das tropas no combate a criminalidade por meio de um trabalho de planejamento estratégico com a participação da sociedade que podem denunciar os crimes anonimamente.

EXPLANAÇÕES DO CAPITÃO LIMA FILHO DA 4ª CIA DE POLÍCIA MILITAR DE TEIXEIRA PB

O palestrante afirmou que a situação em Desterro é preocupante e que a mobilização dos moradores e autoridade competentes foi fundamental, mas que precisam ser colocadas em prática as reivindicações. O comandante garantiu ainda que pretende colocar o município em ordem no patamar de cidade tranquila, mas para isso precisa contar com a população.

“A sociedade é a maior parceira da polícia no combate a os índices de criminalidade, pois são os moradores quem conhece cada beco e viela de sua cidade, sabe quem é cada vizinho, o que eles fazem com que trabalham, com quem se envolve, é vocês quem sabe onde está o problema. Quem esconde o errado é conivente com os criminosos”, pontuou o Capitão.     

Um comerciante que teve sua loja roubada recentemente por dois criminosos falou do trauma e dos prejuízos ao seu estabelecimento, atribuindo o aumento da criminalidade ao uso do capacete, segundo o lojista, foram feitos todos os procedimentos recomendados pela justiça e o inquérito já está com o Delegado, porém no seu entendimento, ele ainda não obteve uma resposta satisfatória por causa de questões burocráticas.

Quanto a o uso do capacete, Lima Filho disse que não dispõem de meios legais para interferir numa lei federal e que a retirada do item de segurança não acaba com a criminalidade, pelo contrário, o bandido pode recorrer a outros artifícios como capuz, toca ninja, óculos escuros, camisa para cobrir o rosto e máscara. O Capitão lembrou-se das facilidades do celular que se popularizou e se tornou um recurso fundamental para os bandidos aperfeiçoarem seus crimes, no que se refere a roubos, transmissão de informações da vítima ou aplicar golpes diversos.

O Capitão reconhece a necessidade da contratação de mais policiais para o estado, na ocasião ele repassou algumas dicas de como as pessoas devem se proteger das investidas dos marginais, e citou: não sacar altas quantias, desconfiar de estranhos e suspeitos, evitar transitar sozinho em lugares escuros e afastados de residências, não expor objetos de valores do tipo joias, relógios, celulares, não se distrair ao celular, fechar bem as portas de casa ou do carro, travar a moto, não guardar dinheiro em casa, pois quem faz isso está procurando a morte, pois o bandido é covarde e anda procurando a quem atacar e se encontrar fácil é o que ele quer.






                                                                                          
                                                                                   Por: Olavo Silva 

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