Os eleitores brasileiros vão
às urnas no dia 7 de outubro de 2018, a pouco mais de dez meses. Mas, nas
câmaras municipais (da maior e mais populosa cidade, João Pessoa, ao menor e
menos populoso município da Paraíba, Parari), os vereadores refazem as contas e
redefinem os mapas dos currais eleitorais, que eles chamam de bases políticas.
Conforme apurou a reportagem
do Correio, a expressiva maioria dos mais de 2,2 mil vereadores do Estado da
Paraíba não está nem um pouco preocupada com as eleições de 2018, a não ser
aqueles que pretendem disputar uma vaga na Assembleia Legislativa ou não Câmara
Federal, que são apenas alguns em João Pessoa e em Campina Grande.
Motivo: o novo sistema de
votação que vai vigorar no pleito de daqui a dois anos. Trata-se do voto
distrital misto, que estará valendo nas próximas eleições municipais. Por essa
modalidade de votação, segundo o advogado Newton Vita, especialista em direito
eleitoral, a própria Justiça Eleitoral vai dividir os municípios em distritos.
Cada distrito eleitoral,
conforme o advogado, vai escolher um representante. Será eleito aquele
candidato que obtiver maior número de votos no distrito. Para esses, serão
destinadas 50% das vagas da Câmara. A outra metade das vagas será destinada a
candidatos que disputarão pelo voto proporcional, nos moldes de hoje, onde o
mais votado nem sempre ganha.
Neste caso, de acordo com
Newton Vita, os eleitores vão votar nos partidos, que apresentarão listas com
os nomes. Em João Pessoa, vereadores que atuam em um aglomerado de bairros com
área geográfica contínua e também têm apoios em comunidades distantes, já estão
revendo suas estratégias.
Vão parar, desde já, de
destinar benefícios para esses lugares distantes, que farão parte de outro
distrito, onde atuam outros políticos. Segundo um vereador, não é vantagem
trabalhar fora dos futuros possíveis distritos eleitorais que serão demarcados,
no futuro próximo, pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB).
Preocupados e sem entender
muito como será o sistema do voto distrital misto, muitos vereadores, em João
Pessoa, Patos ou São José de Princesa, fazem contas: somam e subtraem. Tentam
multiplicar (os votos), mas não conseguem com tanta facilidade. No entanto,
eles veem com o voto distrital misto a possibilidade da subtração de votos: ou
seja, uma ameaça. Podem perder votos, se não souberem trabalhar.
Por isso, estão fortalecendo
as bases e deixando de lado regiões que obrigatoriamente elegerão outros
políticos. Esses redutos já estão sendo ocupados por candidatos novos ou por
suplentes. A verdade é que a maioria dos vereadores, em qualquer município, não
está seguro da vitória em 2020. Por isso, não estão muito preocupados com 2018.
Vão apoiar deputados
estaduais e federais, na esperança de terem apoio deles daqui a dois anos, mas
a preocupação do momento está voltada para a manutenção da coesão das bases
contínuas territorialmente. É certo que, no cenário que começa a ser rabiscado
para os próximos dois anos, sairão na frente aqueles vereadores que têm
serviços prestados, concentrados em determinadas regiões geográficas de seu
município. Os próprios vereadores estão cientes disso.
Portal
Correio com Adelson Barbosa do Jornal Correio da Paraíba
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