A comissão especial da
Câmara que analisa a reforma política aprovou na madrugada desta quinta-feira
(10) um destaque que modificou o texto-base aprovado na noite dessa
quarta-feira (9) da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 77/03 e alterou o
sistema eleitoral para as eleições de 2018 e 2020, que passará a ser feita pelo
chamado distritão.
Por esse sistema, serão
eleitos os candidatos mais votados para o Legislativo, sem levar em conta os
votos recebidos pelo conjunto dos candidatos do partido, como é o sistema
proporcional adotado atualmente. O texto apresentado originalmente pelo
deputado Vicente Candido (PT-SP), mantinha o sistema eleitoral atual para 2018
e 2020 e estabelecia que o sistema de voto distrital misto, que combina voto
majoritário e em lista preordenada, deve ser regulamentado pelo Congresso em
2019 e, se regulamentado, passa a valer para as eleições de 2022.
A mudança foi aprovada por
17 votos a 15, em destaque do PMDB, com apoio das bancadas do DEM, do PSDB, do
PSD e do PP e o distritão seria um modelo de transição ao distrital misto, que
valeria a partir de 2022, mantendo a necessidade de regulamentação pelo
Congresso. “Nós precisamos de um tempo para montar a distribuição dos distritos
no Brasil. E o 'distritão' caminha para esse novo sistema, quebrando com o
sistema proporcional que gerou um desgaste enorme até hoje”, disse o deputado
Celso Pansera (PMDB-RJ).
O deputado Marcus Pestana
(PSDB-MG) considera a mudança de modelo na votação para o Legislativo
essencial. “O modelo atual está esgotado. Não dá para fingir que está tudo bem
e continuar com o sistema atual, vamos de 'distritão' na transição para um
sistema misto mais elaborado e transparente a partir de 2022”, disse. A
deputada Maria do Rosário (PT-RS) considerou o distritão “um modelo elitista,
no qual prepondera a presença individual, quando o Parlamento é, por natureza,
coletivo na sua atribuição”.
O líder da Rede, deputado
Alessandro Molon (RJ), argumentou que nada impede que a transição seja o modelo
proporcional. “Não é verdade que adotar o distritão seja uma transição, o maior
risco é que se torne permanente com a eleição de um Congresso em 2018 completamente
diferente do atual e que dificilmente vai regulamentar o distrital misto”,
disse. O presidente da comissão que
analisa a proposta, deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), adiou a votação dos
destaques de bancada que ainda não foram analisados para as 10 h desta
quinta-feira.
Portal
Correio com Agência Brasil
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