Mesmo com salários atraentes, às vezes passando dos R$ 10
mil mensais, muitos municípios da Paraíba sofrem com a falta de médicos nas
unidades de saúde, seja por falta de condições estruturais ou pela distância,
e, com isso, os moradores decidem ir até João Pessoa em busca de tratamento,
superlotando os hospitais da capital.
A dona de casa Juliana de Sousa é uma das que foi até
João Pessoa. “Em minha cidade não possui pediatra e tive que vir para cá para
ter um atendimento melhor. Onde moro o médico só vai de 15 em 15 dias”, relata.
A falta de médicos já foi constatada em várias
fiscalizações do Ministério Público da Paraíba (MPPB). A coordenadora do Centro
de Apoio dos Direitos Humanos do MPPB, Adriana Amorim, explica que “muitas
vezes tem gente cadastrada, mas elas não estão presentes nas unidades de saúde.
Em outros casos não existe sequer profissionais contratados”.
De acordo com o Conselho Regional de Medicina na Paraíba
(CRM), o estado tem 5.600 médicos em atividade. O problema é que 59% deles
estão em João Pessoa e, outros 22% em Campina Grande. O CRM afirma que todas as
outras cidades sofrem com a falta de profissionais.
Sobre as possíveis razões desse problema, João Medeiros,
presidente do CRM, constata que muitos fatores interferem. “O médico vai
trabalhar e não recebe as mínimas condições de trabalho, como laboratórios ou
serviços de imagem. Além disso, muitas dessas cidades não conseguem dar o
conforto para as famílias dos médicos. Esses são fatores que acabam
contribuindo para a dificuldade na migração de médicos para esses municípios
mais distantes”.
Apenas em João Pessoa, três universidades formam cerca de
200 médicos por ano e a oferta de profissionais pode ser uma solução a longo
prazo. O secretário de Saúde de João Pessoa, Lindemberg Medeiros, conta que o
que se pode fazer é continuar tentando atrair os profissionais. “O serviço que
trabalhamos hoje é oferecendo R$ 7,8 mil por 40 horas semanais”, finalizou.
Fonte:
Patosonline.com/ G1/PB
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