O desembargador Jirair Aram Meguerian, do Tribunal
Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), confirmou a validade de resolução da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que prevê a proibição da
venda de cigarros com sabor no país. A decisão foi tomada na terça (26) e
divulgada nesta quarta-feira (27).
A decisão revogou liminar da Justiça Federal do Distrito Federal,
obtida pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (Sinditabaco), que
suspendia a norma da Anvisa. Na avaliação do desembargador, os aditivos
aromáticos, como o mentol e o cravo, ampliam os prejuízos à saúde. O
Sinditabaco pode recorrer ao próprio TRF-1 e depois a tribunais superiores. A
proibição da venda de cigarro com aditivos aromáticos foi estabelecida na
resolução 14/2012, publicada pela Anvisa em março do ano passado.
Pela regra, as indústrias tinham 18 meses, a contar da
publicação, para retirar do mercado cigarros com sabor. Esse prazo vence em
setembro próximo. Eles ainda terão mais seis meses para não sofrerem punições.
No caso de outros derivados de tabaco, como fumos para cachimbos, o prazo é de
24 meses. A resolução afirmou que os produtos só poderiam ser fabricados no
país para exportação.
Em decisão de 25 páginas, o desembargador apresentou
dados sobre o consumo de cigarro e apontou que cerca de 90% dos fumantes
tornam-se dependentes da nicotina entre 5 e 19 anos. "Há risco de
letalidade no consumo normal do cigarro, sendo que os aditivos cujo uso está
vedado pela resolução são atrativos para aumentar ou até iniciar seu consumo",
argumentou o desembargador.
Impacto
Segundo a Anvisa, o número de marcas de cigarro com sabor
disponíveis no mercado quase dobrou entre 2007 e 2010, de 21 para 40. Cerca de
600 aditivos são usados na fabricação de cigarros – 10% da massa de um cigarro
é, na verdade, composta por aditivos.
Os produtores afirmam que 2,5 milhões de empregos estão
ligados à cadeia produtiva do cigarro, especialmente na região Sul. Cerca de
15% do tabaco produzido no Brasil é voltado para o mercado interno. Os
principais compradores são os países da União Europeia e do Extremo Oriente.
Mariana
Oliveira Do G1, em Brasília
Nenhum comentário:
Postar um comentário