No último dia do 2º Encontro Nordestino de Cordel,
cordelistas e repentistas de vários estados decidiram criar o seu sindicato
nacional. Duas propostas foram colocadas em votação: a que previa sindicatos
estaduais e a de um sindicato único de âmbito nacional, com o apoio de
delegacias estaduais. Foi aprovada a proposta de sindicato único. 'Entendemos
que fica mais fácil fazer essa administração no momento. Da outra forma,
haveria a possibilidade de, em vez de criar um sindicato forte, criar dez ou 15
sindicatos fracos', disse o repentista Antônio Lisboa Filho, que participou da
mesa de discussão.
Para Chico de Assis, organizador do encontro e também
repentista, a criação de um sindicato para a categoria foi um dos temas
centrais dos três dias de evento. 'O tema mais polêmico foi a questão do
sindicato. Mas foi muito bem esclarecido. Agora a gente está sabendo que passo
tem que ser dado para chegar lá', declarou. Agora, os repentistas deverão
instalar uma comissão que será responsável por desenvolver o estatuto do
sindicato e levá-lo à apreciação das associações da categoria em todo o país.
Lisboa Filho entende que a entidade de classe ajudará os
repentistas a conquistar a aposentadoria, outro tema discutido no encontro.
'Pessoas pensam que cordelistas, repentistas e declamadores não têm patrões.
Mas nós trabalhamos na promoção de eventos, trabalhamos para empresas, para
órgãos governamentais, e temos questões de direitos autorais. O sindicato é um
órgão que vai aglutinar uma grande quantidade de cantadores, que precisam de um
sindicato para defender', disse. Para ele, o evento alcançou seu objetivo. 'Em
regras gerais, atendeu às expectativas. Existem algumas questões mais internas,
que serão mais bem debatidas. Mas essa discussão começa aqui e vai pros
estados, discutidas nas associações'.
Assis tem a mesma opinião do colega, e acredita que o
encontro de Brasília foi um início de uma série de debates maiores. 'Eu acho
que o encontro valeu. O embate foi ótimo, a gente vai levar um legado
proveitoso desse encontro. Agora, a gente vai definir as comissões, para poder
encaminhar aos órgãos competentes e lutar pelos direitos dessa categoria, que
busca esses avanços através do processo de luta'.
Agência
Brasil
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