Na Paraíba, nos últimos 10
anos (2007 a 2016) 1.899 crianças e adolescentes, na faixa etária entre cinco e
17 anos, foram vítimas de acidentes graves no trabalho. No país, Foram
registrados (de 2007 a 2015) 20,7 mil casos graves de acidentes de trabalho envolvendo
crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos, com 187 mortes e 518 vítimas de
amputação de mão.
A OIT (Organização
Internacional do Trabalho) estima que 14,4% dos trabalhadores que atuam em
atividades de alto risco no Brasil são adolescentes (entre 15 e 17 anos). É com
base em dados preocupantes como os citados acima que o Ministério Público do
Trabalho da Paraíba, lançará, terça-feira (30), a partir das 9h30, no Sítio São
João, em Campina Grande, mais uma campanha contra a exploração do trabalho
infantil.
Na Paraíba, a campanha
nacional do MPT “#Chega de Trabalho Infantil” ganhou um tom mais regional. Foi
adaptada para o São João, período de muitas festividades em parte do Nordeste e
aumento da incidência de crianças trabalhando em eventos, nas ruas e mais sujeitas
à exploração sexual. No ano passado, a campanha na Paraíba foi pioneira e este
ano foi ampliada e replicada para vários Estados, com destaque das ações nas
redes sociais.
Na primeira edição, em 2016,
teve mais de 40 adesões, nomes como o cantor e compositor Gabriel Diniz;
Santana, o Cantador; Luan Estilizado, Amazan, Capilé, Gitana Pimentel, poeta
Francinaldo e outros artistas locais, além do jogador de futebol Hulk,
jornalistas, apresentadores de TV, vários atores e atrizes globais, como Beth
Mendes, Cristina Pereira e, ainda, autoridades nacionais do meio jurídico e do
Ministério Público. Todos aderiram à campanha de forma voluntária.
A campanha foi idealizada
pelo procurador do Trabalho Eduardo Varandas e foi estendida para outras
cidades do interior do Estado, como Campina Grande e região, Patos, no Sertão e
cidades vizinhas, com apoio do procurador Raulino Maracajá e das procuradoras
Edlene Lins Felizardo e Marcela Asfóra.
Lançada primeiramente em
Campinas, São Paulo, a campanha deste ano já conseguiu adesões como a da dupla
sertaneja Chitãozinho e Xororó, do cantor Daniel, além dos atletas Maurício e
Hortência. Muitos artistas estão vestindo a camisa em apoio à ação, fazendo
fotos e gravando vídeos para postar nas suas redes sociais, como o ator Wagner
Moura; o youtuber Lucas, do canal LubaTV; o apresentador José Luiz Datena, a
dupla sertaneja Matheus e Kauan; os cantores sertanejos Leonardo e Eduardo
Costa; o cantor Sérgio Reis, além de várias outras personalidades nacionais,
atletas e autoridades.
“A campanha é necessária
para que a sociedade tome consciência da exploração precoce do trabalho e
assuma sua responsabilidade no combate e na erradicação do trabalho infantil”,
comentou o procurador do Trabalho Raulino Maracajá, que está coordenando a
campanha em Campina Grande.
Voltada para o ambiente
online, a campanha busca o engajamento dos internautas nas redes sociais,
incentivando-os a postar a 'hashtag' “#ChegadeTrabalhoInfantil” em seus perfis
como forma de apoio à causa contra o trabalho irregular de crianças e
adolescentes. A campanha é apoiada pela Coordenadoria Nacional de Combate à
Exploração do Trabalho de Crianças e Adolescentes (Coordinfância).
Portal
Correio
Eu apoio e divulgo, mas além da sociedade civil, das autoridades, artistas e atletas se engajarem no combate a tais práticas nocivas aos menores, os governantes principalmente devem criar e valorizar as políticas públicas com as condições necessárias para as crianças e adolescentes viverem com dignidade sem precisar se submeter ao trabalho infantil nem se expor aos abusos e explorações sexuais. O problema é bem mais complexo do que se imagina.
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