Às vésperas do Dia do Enfretamento à Homofobia, quando o
governo estadual anuncia uma série de ações que garantem a dignidade da pessoa
homossexual e quando passa a vigorar a determinação do Conselho Nacional de
Justiça que proíbe os cartórios de recusar as solicitações de casamentos
homoafetivos, o preconceito ainda se manifesta de maneira violenta no Sertão
paraibano.
Nesta quinta-feira (16), o depoimento de um rapaz chocou
os usuários das redes sociais, ao revelar que foi brutalmente atacado na
madrugada do último domingo (12), na cidade de Cajazeiras (a 469 quilômetros de
João Pessoa, no Alto Sertão paraibano). O motivo do ataque, segundo a vítima,
foi o fato dele ser homossexual assumido.
O depoimento do estudante Ogoberto Ferreira de Lima, 24
anos, foi dado ao radialista da rádio Difusora de Cajazeiras, Jota França, e
publicado na rede social Youtube. Ele revela que estava indo para casa quando
alguém chamou a sua atenção e, ao virar para ver quem o chamava, levou um forte
soco no rosto, que lhe quebrou o nariz, o fez cair e ficar atordoado, não
lembrando mais nada a partir de então.
Ele ficou desacordado durante um tempo e, quando
despertou, chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que o
levou ao hospital da cidade. Ele fraturou o maxilar, o nariz e teve várias
escoriações pelo corpo. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil
daquela cidade.
Cajazeiras é uma das nove cidades brasileiras que elegeu
um representante homossexual assumido para compor a Câmara de Vereadores.
Julcinério Félix (PTB) tem como uma de suas principais bandeiras lutar contra a
homofobia e, há uma semana, deu entrevista aconselhando seus munícipes a
'saírem do armário' e serem felizes, provocando que o número de homossexuais
reprimidos na cidade é maior do que os assumidos.
Por
Hermes de Luna e Wanja Nóbrega
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