quarta-feira, 15 de maio de 2013

Polícia investiga auxiliar de enfermagem que estaria se passando por médica há 10 anos no Cariri da PB



Uma auxiliar de enfermagem da cidade de Cabaceiras, no Cariri paraibano, está sendo alvo de uma investigação criminal da Polícia Civil da Paraíba, acusada de estelionato e tentativa de homicídio. ‘Drª Lila’, como ela ficou conhecida na região, é apontada como responsável por falsificar resultados de exames e assinaturas de médicos e bioquímicos.

De acordo com o delegado da Polícia Civil, Heriberto Paulino, que investiga o caso, o inquérito foi aberto há três meses, quando uma família procurou a delegacia da cidade para informar sobre irregularidades nos resultados de exames médicos.

“As cinco pessoas levaram os exames e os resultados eram semelhantes. Da criança ao idoso, os resultados dos exames de toda a família eram quase iguais. De posse dessas informações, começamos a investigar a auxiliar de enfermagem conhecida como Drª Lila”, disse o delegado.

Ainda de acordo com o delegado, durante as investigações, outros casos apareceram contra a auxiliar de enfermagem. “Ela tinha um posto de coleta em Cabeceiras, que funcionava também como uma policlínica. Uma jovem chegou ao local dizendo que estava com dores na garganta e a falsa médica confirmou que era problemas na tireóide. A acusada passou a tomar remédio para a doença e em um exame com um médico foi diagnosticado que a vítima não sofria da tireóide”, disse.

Heriberto Paulino relatou que os resultados dos exames eram falsificados de forma artesanal e os documentos eram de laboratórios da Paraíba e do Rio Grande do Sul. “A casa dela funcionava também como laboratório. Ela coletava o material e dava o resultado em poucos dias, contrariando o tempo legal. As assinaturas dos médicos e bioquímicos eram falsificadas”, afirmou.

As investigações da Polícia Civil apontaram que a auxiliar de enfermagem estava agindo no mercado há mais de 10 anos e nas cidades de Cabeceiras, Boqueirão e Caturité de Boqueirão, todas localizadas na região do Cariri paraibano. “Ela pode ter prejudicado dezenas de pessoas ao longo desse tempo. O alvo preferência era as pessoas desinformadas, idosas e do sítio. A falsa médica cobra entre R$ 30 a R$ 150 por exames e consultas”, disse o delegado. O delegado adiantou que a auxiliar de enfermagem será ouvida nesta quinta-feira (16), na Delegacia de Cabaceiras. “Temos uma vasta prova contra acusada”.

Durante entrevista ao repórter da TV Correio, Márcio Rangel, a acusada se defendeu e negou qualquer irregularidade no exercício da profissão. “Estou trabalhando muito certo. Eu não falsifico exame. Eu trabalho com pró-sangue”.

Por Hyldo Pereira

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