O ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) disse em entrevista ao jornal espanhol "El Mundo",
que a ex-presidente Dilma Rousseff "traiu seu eleitorado" ao promover
o ajuste fiscal porque tinha prometido manter as despesas nas eleições de 2014.
Segundo ele, esse foi o segundo erro da petista.
O maior erro, afirmou, foi à
política de desoneração às empresas. "Começamos a perder credibilidade. O
ano de 2015 foi muito semelhante ao de 1999, quando FHC teve uma popularidade
de 8% e o Brasil quebrou três vezes. Mas o presidente da Câmara era Michel
Temer e ele o ajudou o país. Nós tivemos o Eduardo Cunha."
Na entrevista, publicada
neste domingo (22), Lula diz ter certeza de que, assim como ele, Dilma pensa
que ele deveria ter concorrido em seu lugar nas eleições de 2014. Ao responder
se estava arrependido por não ter disputado, Lula disse que não porque foi leal
a Dilma. "Ela tinha direito de ser reeleita. Mas eu pensei nisso muitas
vezes e eu sei que Dilma também. O que acontece é que eu não sou o tipo de
pessoa que se arrepende”.
Ao ser questionado sobre a
hipótese de não concorrer às eleições, Lula disse que espera disputar a
Presidência, mas que "ninguém é imprescindível". "Existem
milhares de Lulas." O ex-presidente falou ainda sobre o ex-ministro Antônio
Palocci, que negocia acordo de delação premiada com a Lava Jato e afirmou em
depoimento ao juiz Sergio Moro, que Lula avalizou um "pacto de
sangue" com a Odebrecht por supostas propinas ao PT.
Afirmou que Palocci fez uma
delação sob pressão e que a única verdade em seu depoimento foi ter reconhecido
que buscava o benefício da lei. Sobre o presidente venezuelano Nicolás Maduro,
disse que não dá nenhum apoio incondicional. "Defendo para a Venezuela o
mesmo para o Brasil, que é cuidar de seus assuntos sem interferência
externa." Sobre o presidente
americano, Donald Trump, que não se deve governar pelo Twitter.
VITRINE
DO CARIRI
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