Policiais da 56ª DP (Comendador Soares) prenderam nesta
segunda-feira dois suspeitos de assassinar o jogador das categorias de base do
Fluminense Gabriel Costa, de 18 anos. Marcelo Dino da Silva, 25, vulgo
Astronauta e Douglas Ventura Conceição, 22, o "01", foram
apresentados na sede da distrital, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. De
acordo com o delegado Luiz Henrique Pereira Guimarães, o corpo do jogador foi
"picotado" e jogado em um rio da comunidade Parque São Francisco de
Paula.
A família não tinha notícias do jogador desde o dia 16 de
maio, quando teria sido visto em um bar. Segundo o delegado, as investigações
apontaram que o jogador, ainda naquele mês, participou de um assalto a um carro
e levou o veículo para o interior da comunidade Parque São Francisco de Paula
para comprar cocaína. A atitude, ainda segundo o delegado, irritou o chefe do
tráfico da localidade, conhecido como Lico, que proíbe carros roubados
circulando na região para evitar a presença da polícia. Ele ordenou a morte do
jogador, fato que ocorreu dias depois, de acordo com a investigação.
"A ordem partiu do Lico. O criminoso conhecido como
Astronauta, que é conhecido pela crueldade ao praticar os crimes, foi quem
despiu o corpo do Gabriel e o cortou em pedaços. A camisa e um par de chinelos
do jogador foram encontrados próximo ao local do crime, não havendo mais dúvida
do que aconteceu", disse o delegado.
O delegado disse ainda que o irmão do jogador, de 16
anos, participou do assalto. O menor foi apreendido pela polícia. "As
investigações apontaram que era Gabriel quem estava com a arma no momento do
assalto à senhora que conduzia o carro", informou o delegado. "O
trajeto do carro roubado foi rastreado. O veículo passou exatamente pelo local
que as testemunhas afirmaram tê-lo visto, tendo ficado três dias na entrada da
boca de fumo, completou.
O corpo do jogador não chegou a ser encontrado. O jovem
tinha contrato assinado com o Fluminense até o final de 2014, mas, segundo a
assessoria do clube carioca informou ao UOL Esporte, o vínculo foi rescindido
após dois meses do desaparecimento. Depois de um mês de ausência do empregado,,
o empregador já pode alegar abandono de emprego. Gabriel era considerado um
jogador promissor, apesar de apresentar problemas disciplinares, como a
ausência em treinos.
O chefe do tráfico foi preso na semana passada em operação
da Polícia Militar. Os dois suspeitos presos nesta segunda vão responder por
homicídio qualificado com destruição de cadáver. A pena pode chegar a 33 anos
de reclusão. A reportagem tentou entrar em contato com a família do jogador,
mas ninguém foi encontrado para comentar o caso. Até a publicação desta
matéria, nenhum advogado havia se apresentado à delegacia para defender os
suspeitos.
Fonte
Vitrine do Cariri
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