-Conselheiro Fábio Nogueira- |
Prefeitos de 78 municípios gastaram mais com combustíveis
(R$ 37,2 milhões) do que em obras (R$ 19,6 milhões), entre os meses de janeiro
e novembro de 2013. O montante é equivale a 10,79% do que foi investido em
obras nos 223 municípios paraibanos. O que chama mais atenção é que os grandes
consumidores do produto são os pequenos municípios. A informação está no
Sistema Sagres do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
O líder do ranking dos 78 municípios que gastaram mais
com a compra de combustíveis é Mamanguape. Lá, a Prefeitura gastou R$ 1,8
milhão com gasolina, óleo diesel e etanol. Para obras, a Prefeitura destinou R$
1,2 milhão. Em seguida, vem Cuité, que gastou R$ 1,5 milhão em combustíveis e
R$ 1,2 milhão em obras.
Em Caaporã, os combustíveis consumiram R$ 1,4 milhão e as
obras, pouco mais de R$ 1 milhão. A prefeitura de Sapé gastou quase o dobro com
a compra de combustíveis (R$ 1, 076 milhão) do que os investimentos em
melhorias no município (R$ 665 mil). Em
Natuba, a disparidade é bem maior entre gastos com o produto (mais de R$ 1
milhão) e investimentos (R$ 339 mil).
Em 11 meses, as 223 prefeituras da Paraíba gastaram quase
R$ 96 milhões na compra de combustíveis (gasolina, óleo diesel e etanol) e
óleos lubrificantes. Com os recursos, seria possível comprar mais de 32 milhões
de litros de gasolina - ao valor de R$ 2,99 - o que daria para um veículo
popular dar mais de oito mil voltas ao redor da Terra, saindo de João Pessoa no
sentido norte e acompanhando a imaginária linha do equador.
TCE:
não há como comparar gastos
O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB)
conselheiro Fábio Nogueira, que não há como o órgão fazer comparação entre os
gastos com combustíveis e lubrificantes em relação aos Investimentos. Segundo
ele, os gastos com Combustíveis representam uma despesa corrente e continuada,
cujos recursos, em regra, têm origem, integralmente, no Tesouro Municipal,
enquanto a fonte dos recursos para Investimentos na, quase totalidade dos
municípios, é de origem federal e, em menor escala, estadual, com poucas
exceções.
“Pela natureza da despesa, é de se esperar que o gasto
com combustíveis ocorra todos os anos, enquanto o gasto com Investimentos só
ocorrerá, em regra, a exceção dos maiores municípios, se o gestor público
conseguir captar recursos de outras fontes”, afirmou o conselheiro.
Fábio Nogueira disse que ao se delimitar a análise aos
valores por exercício, fica evidente a falta de vinculação/afinidade na
realização de gastos nas duas destinações. “Constatando-se que a cada ano a
quantidade de municípios que gasta com combustíveis mais do que em
investimentos, se altera sem se encontrar, necessariamente, qualquer relação de
causa e efeito”, explicou.
Jornal
Correio da Paraíba/Mislene Santos
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