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O Vaticano disse nesta quinta-feira (16) que não há
desculpas para o abuso sexual de crianças por membros do clero, na primeira
reunião do Comitê da ONU para os Direitos da Criança sobre o tema com
participação de membros da Santa Sé. O encontro acontece em meio à investigação
das Nações Unidas sobre a suspeita de violação da Declaração Universal dos
Direitos da Criança pelo clero.
O Vaticano é acusado de encobrir o escândalo de abuso
sexual por padres que teria ocorrido em países como Estados Unidos, Irlanda e
México. Na sessão desta quinta, o representante do Vaticano na ONU, monsenhor
Silvano Tomasi, disse que existem abusadores em todas as profissões do mundo,
incluído o clero. "Encontram-se abusadores nas profissões mais respeitadas
do mundo e, mais lamentavelmente, entre membros do clero e profissionais da
igreja".
Ele ainda afirmou que esses crimes nunca devem ser
justificados, independente se ocorram "em casa, nas escolas, nas
atividades esportivas ou nas organizações e estruturas religiosas". O monsenhor
prometeu a ajuda da Santa Sé, que, segundo ele, se dispôs a receber sugestões
de como coibir a prática. Esta é a primeira vez que o Vaticano se manifesta
publicamente nas Nações Unidas sobre o assunto.
No mês passado, a Santa Sé se negou a dar mais
informações sobre os procedimentos canônicos que estão sendo efetuados para
punir os sacerdotes envolvidos em abuso sexual. A Cúria Romana afirmou na
ocasião que não é responsável pela punição legal aos padres que abusaram de
crianças fora de seu território. Apesar da negativa, o papa Francisco criou no
mês passado uma comissão destinada a investigar os crimes sexuais cometidos
pelo clero.
O ESCÂNDALO
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Os primeiros casos de sacerdotes que abusaram de crianças
e adolescentes foram denunciados primeiro nos Estados Unidos no início dos anos
2000. Em seguida, envolveram as Igrejas de vários países da Europa, sobretudo
da Irlanda, onde foram registrados milhares de abusos. A Igreja da América
Latina também conheceu uma série de escândalos.
O mais famoso foi o do fundador mexicano do movimento
conservador dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel, também culpado de abusos
sexuais. Em maio de 2011, a Congregação para a Doutrina da Fé, encarregada das
denúncias, deu o prazo de um ano às conferências episcopais do mundo para a
adoção de diretrizes contra a pedofilia, incluindo a colaboração com a Justiça
civil.
Em abril, o papa Francisco pediu uma "atuação
decisiva" para eliminar os abusos sexuais dos religiosos e garantir que os
responsáveis sejam punidos. Três meses depois, assinou um decreto que aumenta a
punição a prostituição, violência sexual, pedofilia e posse de pornografia.
FONTE:
VITRINE DO CARIRI
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