O número de doações e
transplantes de órgãos cresceu no país em 2013. O Brasil, no entanto, não
conseguiu atingir a meta proposta pela Associação Brasileira de Transplantes de
Órgãos (ABTO) de uma taxa de 13,5 doadores por 1 milhão de habitantes. O índice
ficou em 13,2. Segundo os dados da entidade, divulgados nesta quarta-feira
(19), foram realizados no ano passado 7.649 transplantes de órgãos – ante 7.456
em 2012.
Ao todo, 2.526 doaram órgãos
– sendo que 68% doaram mais de um. O número só não foi maior porque a recusa
das famílias em autorizar a retirada subiu: de 41% para 47% das consultadas.
Além da negativa dos parentes, outros fatores como paradas cardíacas e
contraindicações médicas fizeram com que 6.345 potenciais doadores fossem
perdidos.
O presidente da ABTO, Lúcio
Pacheco, diz que em 2014 o objetivo é retomar o crescimento e atingir a meta de
15 doadores por milhão. "Essa taxa (de 2013) não era esperada. Nos últimos
sete anos, a gente desenhou uma meta (de 1,5 doador por milhão a mais por ano)
e conseguiu atingir todas as vezes. Em 2013, apesar de ter identificado mais
prováveis doadores, cerca de 10% a mais, a taxa de doação efetiva só aumentou
5%, muito por causa da negativa familiar", afirma.
Para ele, é preciso que as
pessoas conversem com os parentes e manifestem claramente o desejo de doar. “Em
qualquer pesquisa de opinião que a gente faz, a quantidade de pessoas que se
dizem doadoras é muito maior que o número de autorizações familiares. É que
quando você faz a entrevista esse dado cai. O momento da abordagem é ímpar.
Para o povo latino, é muito difícil a morte, ser comunicado do falecimento de
um filho, de um pai. Então, se não há uma decisão pré-formada, complica. A
gente precisa trabalhar melhor essa questão.”
Por estado - Os índices de
doações e transplantes variam de estado para estado. No Distrito Federal, por
exemplo, a taxa de doadores por milhão de habitantes é de 33,1. Em Santa
Catarina, ela chega a 27,2. Já no Amapá, em Mato Grosso, em Roraima e em
Tocantins, nenhum procedimento foi realizado durante o ano. Foram realizados no país
5.433 transplantes de rim. A fila de espera, entretanto, ainda comporta 16 mil
pessoas hoje. Houve ainda 1.723 transplantes de fígado. Atualmente, 1,3 mil
esperam pelo procedimento.
Córneas - Já o número de
transplantes de córnea caiu, interrompendo um crescimento de quatro anos
consecutivos. Foram realizadas 13.744 cirurgias no ano passado – uma diminuição
de 10% em relação a 2012, quando foram contabilizadas 15.281. Para o presidente
da ABTO, no entanto, o dado não pode ser visto de forma negativa, já que muitos
estados zeraram a fila de espera e, por isso, realizaram menos procedimentos no
ano passado.
De acordo com a associação,
o Brasil figura na segunda posição entre os países que mais realizam
transplantes no mundo, atrás apenas dos EUA. Contudo, se for levada em conta a
população, a taxa é baixa, fazendo o país ocupar apenas a 30ª colocação, atrás
de Argentina e Irã. Países como Croácia e Espanha têm uma taxa de 36,5 e 35,1
doadores por milhão, respectivamente. Perfil - A maior parte dos doadores em
2013 era homem (60%), teve como causa de morte o Acidente Vascular Cerebral
(49%), tinha de 54 a 60 anos (30%) e possuía tipo sanguíneo O (47%).
Fonte:
do G1
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