A Polícia Civil, por meio da
Delegacia da cidade de Ingá, no Agreste paraibano, realizou a prisão de três
pessoas acusadas de falsificar documentos e montar um esquema criminoso de
empréstimos e compras de bens. As investigações foram conduzidas pelo delegado
de Ingá, Erilberto Maciel, com apoio da 9ª Área Integrada de Segurança Pública
(Aisp), sediada na cidade de Itabaiana. A ação policial recebeu o nome de
"Operação RG".
Foram presos em flagrante
Francinaldo Oliveira de Sousa, funcionário da Prefeitura de Ingá e cedido à
Comarca da Promotoria do município, além de outros dois homens, um deles também
ligado à Promotoria. Eles utilizavam nomes falsos para a confecção de
documentos. Na posse do material, o grupo ia até agências bancárias para fazer
empréstimos de altos valores e com o dinheiro comprava veículos, imóveis e
outros bens, que eram repassados para terceiros, como agiotas, por exemplo. A
Polícia ainda investiga a participação de outra pessoa no esquema.
O grupo usava na maioria dos
documentos o nome de ‘Pedro Cardoso’. A identidade fictícia tinha cartões de
crédito e débito de várias agências bancárias, titulo de eleitor, CPF, registro
de nascimento, carteiras de motorista e até declarava imposto de renda. Três
foram presos em flagrante, no momento em que tentavam resgatar mais um
documento falso no prédio da Prefeitura de Ingá, e um está foragido. Outros
nomes utilizados por eles eram ‘Júlio César Baracho’ e Marcelo Baracho‘.
“Surgiu a suspeita de que
algo estava errado com esse cidadão chamado "Pedro Cardoso" e então
começamos com as investigações, que nos levaram a esse esquema criminoso, no
qual os envolvidos forjavam documentações variadas para adquirir bens, e isso
foi ganhando tais proporções que descobrimos que ele tem ligações até com
pessoas nos Estados Unidos. Só nesta semana, ‘Pedro’ fez um empréstimo na Caixa
Econômica Federal no valor de R$ 30 mil e com esse dinheiro iria financiar dois
carros em uma concessionária em João Pessoa. Nessa organização criminosa nada
era pago, eles não pagavam as prestações e repassavam para outras pessoas,
revendiam. O grupo era articulado em vários tipos de fraudes, por conta do uso
de diversas identidades”, disse o delegado.
Durante entrevista coletiva,
Erilberto Maciel também revelou que as investigações continuam. “Estamos
recolhendo depoimentos, buscando mais informações. Os dados apontam que o chefe
do esquema é servidor do Estado e está à disposição da Assembleia Legislativa”,
disse.
Na residência de um dos
presos, no bairro dos Estados, em João Pessoa, a Polícia apreendeu um vasto
material, como cédulas de identidade, CPF e outros documentos em branco,
dinheiro, cheques e boletins de ocorrência por extravio de documentos. “O
patrimônio dos envolvidos é muito grande, porém não é guardado, é negociado. O
grupo é formado por falsários que utilizam do crédito para cometer crimes em
várias cidades do Estado”, comentou o delegado.
Em nota, a Procuradoria
Geral de Justiça da Paraíba ( PGJ) esclareceu que Francinaldo Oliveira de Sousa
já foi devolvido à Prefeitura de Ingá e tinha função de motorista, por isso não
tinha acesso a processos e documentos relacionados à atuação da Promotoria de
Justiça de Ingá. Os três presos em flagrante
vão responder pelos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, porte
de documento falso e tráfico de influências. Dois já foram transferidos para a
Cadeia de Ingá e um aguarda na carceragem da Delegacia da cidade. Agora os três
seguem à disposição da Justiça.
iParaiba
com Secom
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