Em teleconferência com
jornalistas estrangeiros e analistas financeiros internacionais, o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, não descartou a possibilidade de aumento de impostos
neste ano. “Não está previsto aumento de tributos, embora isso possa ocorrer.
Vai ser uma espécie de reserva que temos, se for necessário, para melhorar a
arrecadação”, declarou o ministro.
De acordo com Mantega, a
previsão de alta de 10% nas receitas totais da União em 2014 está compatível
com a estimativa de crescimento de 2,5% da economia para este ano. “Em outros
anos, houve aumento de 18% nas receitas totais do governo em relação ao ano
anterior”, destacou Mantega. As projeções de alta para a receita são nominais e
não descontam a inflação estimada para este ano. Ao anunciar ontem (20) o
contingenciamento (bloqueio) de R$ 44 bilhões do Orçamento Geral da União, o
governo reduziu de 13% para 10% a previsão de crescimento das receitas totais
em 2014.
A previsão oficial de
crescimento da economia caiu de 3,8% para 2,5%. Hoje (21), Mantega reiterou que
as estimativas, que ajudaram a definir o tamanho do corte no Orçamento, foram
conservadoras. “A previsão de receitas foi revisada e a nova projeção foi feita
em base bem conservadoras. As receitas extraordinárias [como concessões e
dividendos de estatais], que ocorrem praticamente todos os anos, estão
projetadas em patamar bem menor do que no ano passado”, declarou o ministro.
Estimativas conservadoras de
receitas abrem caminho para que o governo arrecade mais que o previsto e
economize mais. O ministro evitou declarar se existe a possibilidade de o
superávit primário ficar acima do planejado. Disse apenas que a meta de 1,9% do
Produto Interno Bruto (PIB) é suficiente para garantir a redução do
endividamento público. “No ano passado, também realizamos primário de 1,9%, e
isso resultou na redução da dívida líquida e bruta”, acrescentou.
Agência
Brasil
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