A Delegacia Seccional do
Litoral Sul da Paraíba abriu investigação criminal contra o padre Jaildo Souto
que foi denunciado nessa quarta-feira (19), por crime de pedofilia. O 'termo de
declaração' foi registrado na delegacia da cidade de Pitimbu (na região metropolitana
de João Pessoa, a 64 quilômetros da Capital), pelo delegado Elias José
Rodrigues Silva.
A informação foi confirmada
pelo delegado Aneilton Castro, que está apurando a denúncia feita pela suposta
vítima e pela mãe dela. A assessoria de imprensa da Arquidiocese da Paraíba
confirmou ao Portal Correio o afastamento do padre Jaildo Souto, da Paróquia
Nossa Senhora da Penha de França, de Taquara, em Pitimbu. No entanto, informou
que o afastamento foi motivado "por problemas de saúde".
Para o delegado, as
suspeitas que recaem sobre o religioso são fortes. “Tudo indica que se trata de
um crime de pedofilia. É um caso complexo e vamos investigar detalhadamente,
tendo em vista que envolve um representante da Igreja Católica. O inquérito
criminal contra ele foi instaurado e temos 30 dias para encerrar, podendo esse
prazo ser estendido”, disse Aneilton Castro.
Conforme consta no 'termo de
declaração' do jovem, que hoje está com 21 anos, o primeiro contato sexual com
o padre teria ocorrido em 2008, quando residia em Pitimbu. Ele era menor de
idade e o sacerdote teria lhe oferecido "bens valiosos em troca de
carícias".
“Eu residia no distrito de
Acaú, em Pitimbu, e conheci uma pessoa pelo MSN, onde as conversas eram
intencionais, com relação à sensualidade e ao sexo. Quatro meses depois, quando
comecei a frequentar a igreja, o padre se apresentou dizendo que era a pessoa
com quem conversa no MSN. No mesmo instante, fui convidado pelo padre a ir até
uma igreja de Pernambuco e, mesmo de menor, dirigi o carro. Daí, a gente
terminou dormindo em um motel, culminando com a relação sexual, porque ele
dizia que me daria algo em troca”, disse o jovem.
Segundo as informações
repassadas à polícia, o rapaz que diz ter sido vítima de abusos estaria morando
na Europa e veio à Paraíba apenas para denunciar o caso. Conversas por redes
sociais e aplicativos de mensagens comprovariam a ligação entre ele e o padre. O
Portal Correio ligou várias vezes para o padre, tentando um contato telefônico.
Na casa paroquial, em Pitimbu, a informação repassada é de que o ele não
aparece por lá há mais de uma semana.
Também foi confirmado o
afastamento do religioso de suas funções na Igreja Católica "para
tratamento de saúde", conforme divulgou a assessoria de comunicação da
Arquidiocese. Apesar do fato ter ocorrido em 2008, o delegado disse que, se for
comprovado, o crime não prescreve. “Como o caso ocorreu quando o rapaz era
menor de idade, o fato não prescreveu. O crime só passa a ter contagem da
prescrição a partir dos 18 anos”, afirmou.
Por
Hyldo Pereira
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