O marido de uma paciente da
maternidade Peregrino Filho, em Patos, Sertão do Estado, a 320 quilômetros de
João Pessoa, fez um boletim de ocorrência na tarde desta quarta-feira (19)
contra a unidade médica acusando-a de ainda não ter feito uma cirurgia para
retirar um bebê que estaria morto dentro do útero de sua mulher.
O casal é do município de
Juru, localizado na região de Patos, e a mulher estaria no sétimo mês de
gestação. O marido da paciente, que pediu para não ser identificado, disse que
faz dois dias que sua esposa aguarda na unidade médica, sem sentir dores ou dar
sinais de que o bebê irá sair, através de um parto normal.
"Os médicos estão
aplicando uma medicação para que o bebê saia naturalmente, mas minha esposa
disse que não está sentindo dores e nem sinais de que vá entrar em trabalho de
parto", contou. Ele disse, ainda, que teme que algo aconteça com a mulher
como uma infecção, por exemplo.
Ele justificou o fato de ter
prestado queixa contra a maternidade para responsabilizá-la por qualquer coisa
que venha a acontecer com sua mulher em decorrência da demora para remoção do
feto morto. Ele informou, ainda, que sua esposa tem 17 anos e que teria
recebido atendimento na quinta-feira (13) em Juru, no hospital local. Ela teria
sido diagnosticada com infecção urinária e depois medicada.
"No fim de semana,
minha mulher começou a reclamar, dizendo que o bebê não estava mais mexendo.
Foi aí que desconfiamos de que nosso filho poderia ter morrido", contou. O
marido contou ainda que ele levou a esposa de volta ao hospital do município de
Juru e de lá o médico fez o encaminhamento para a maternidade de Patos.
Diretor
diz que segue Ministério da Saúde
O diretor da Peregrino
Filho, o obstetra Paulo Ataíde, informou que a paciente foi internada na
unidade médica há 24 horas, ou seja, na tarde dessa terça-feira (18) e a
maternidade está seguindo à risca o protocolo do Ministério da Saúde para estes
casos. Ele informou que a paciente foi medicada, com Misoprostol, um
medicamento que induz ao aborto espontâneo. "Depois que a paciente é
medicada se espera até 72 horas para que o próprio organismo expulse o feto e
nesse caso não há nenhum risco para a paciente", explicou.
Ele informou ainda que se
não ocorrer o abortamento espontâneo, será feita a cirurgia na paciente.
"O que a maternidade está fazendo é protegê-la em não se apressar e fazer
uma cirurgia desnecessária, até porque ela não apresenta nenhum processo infeccioso",
completou.
Na opinião do diretor, o
marido da paciente tomou uma atitude precipitada em procurar a Polícia Civil e
fazer o boletim de ocorrência.
Por
Luciana Rodrigues
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