quarta-feira, 31 de julho de 2013

Justiça obriga o INSS a fazer cadastro biométrico em todo o país



A Justiça obrigou o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) a implantar a identificação biométrica para cadastrar os beneficiários da Loas (Lei Orgânica de Assistência Social) em todo o país. O pedido foi feito pelo MPF (Ministério Público Federal). Se não houver recurso, o INSS terá prazo de dois anos para implantar a identificação biométrica (uso de impressão digital) dos beneficiários, a fim de evitar a ocorrência de fraudes.

Segundo o procurador da República em Uberlândia (MG) Cléber Eustáquio Neves, a ação civil pública se baseou em investigações criminais de fraude contra o INSS por meio do benefício assistencial. “Descobrimos uma pessoa em nossa região que obteve cinco benefícios com nomes diferentes”, disse o procurador.

Destinado a pessoas de mais de 65 anos, que nunca contribuíram com o INSS e que se encontra em situação de pobreza, a Loas dá direito à aposentadoria com um salário mínimo mensal. Para fraudar, segundo o procurador, basta a pessoa se apresentar a um cartório com duas testemunhas e dizer que é analfabeta, ter 65 anos e não possuir documentos.

O cartório, então, é obrigado a emitir uma certidão de nascimento extemporânea, no nome que a pessoa alegar ter. Com a certidão, ainda de acordo com o procurador da República, pode-se tirar os demais documentos necessários para solicitar o benefício assistencial do INSS.

“E a pessoa pode ir a cartórios de diferentes cidades e solicitar a Loas com diferentes nomes, em cada uma delas. Essa fraude milionária ocorre no Brasil todo, graças à fragilidade do INSS”, afirmou Neves.

Por isso, caso a identificação biométrica seja adotada, a fraude será eliminada, na avaliação do procurador. “Quando o cidadão for solicitar o benefício de forma fraudulenta será impedido, pois quem tem a Loas não pode acumular nenhum outro benefício.”

Mesmo com a condenação, o processo contra o INSS ainda vai ser julgado em Brasília, no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, e a ação poderá ser confirmada ou reformada. Segundo a assessoria de imprensa do INSS, o órgão ainda não foi notificado sobre a decisão judicial e, assim que o for, analisará a ação para decidir se recorrerá ou implantará o sistema biométrico.

Correio da Paraíba

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